Sobre comunicados passados e futuros

Não é necessário encomendar grande estudos para compreender o que aconteceu, ou então queremos encontrar respostas nas estrelas, buzios e alguma astrologia.
Chega de explicações de fenómenos magnéticos, UV etc...

Vamos a factos:

1º) a Federação tem estudos que estabelecem uma relação entre temperatura e pombos:

http://www.fpcolumbofilia.pt/meteo/main071.htm

2º)para melhor compreender as razões do que se escreve no 1º ponto podem ler este resumo, muito bom escrito pelo Sr Lainez, que explica de forma breve mas científica os limites físicos de um pombo em função da temperatura:

http://www.joseplainez.org/CCIENTIFICA/afront-temperatura.htm

"Todo esto se complica cuando la paloma vuela puesto que su metabolismo se eleva ocho veces mas que cuando está en reposo. El motivo es debido a la energía que su organismo produce para mantener y asegurar el funcionamiento de su musculatura, del sistema circulatorio y de su respiración. Lógicamente el calor que se produce por este proceso aumenta la temperatura corporal y el exceso de esta debe ser eliminado. El contacto de las alas con el aire constituyen un factor importante de eliminación de calor, lo que se denomina pérdida de calor por Convección. Las patas también constituyen un elemento fundamental para desprender calor. Cuanta mas alta es la temperatura y la humedad ambiental la paloma automáticamente separa mas las patas del cuerpo para poder ventilar mejor. Eso evidentemente afecta la velocidad."

Se alguém estiver interessado, eu posso fornecer os artigos científicos que estão na base deste resumo.

3º)o ser humano sofre com a desidratação:

http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D162%26cn%3D1276

e escolho a seguinte frase:

"As células do cérebro estão entre as mais propensas à desidratação, de maneira que um dos principais sinais de gravidade é a confusão mental, que pode evoluir para o coma."

não existem estudos, em pombos, que relacionam orientação e desidratação, mas podemos fazer analogias com as pessoas. Não existe razão nenhuma para que não exista semelhança entre o homem e o pombo neste ponto. Conclusão: um pombo em estado de desidratação tem dificuldades de orientação, ou perde mesmo essa faculdade. Mais uma vez o SUPERPOMBO não existe.

4º)Existiram temperaturas que podem causar este fenómeno?. Claro, e a região mais critíca situava-se em Santarém onde os valores de humidade oscilaram entre os 30% e os 80%:

http://web.meteo.pt/pt/observacao/superficie/observacaoEmasDiarios.jsp?r...

e os valores de temperatura entre os 18 e os 37.5ºC:

http://web.meteo.pt/pt/observacao/superficie/observacaoEmasDiarios.jsp?r...

devo elucidar que estes valores são referentes a uma estação do Vale de Santarém que não é representativa da situação que normalmente se encontra na própria Leziria (que é sempre pior). Além disso muitos destes pombos passam pela zona de Abrantes que tem uma central de produção de energia responsável por um acréscimo de humidade e temperatura mais visivel nas primeiras horas do dia, e que pode produzir diferenças de 2 a 4ºC em relação à sua vizinhança. Tudo isto vos posso provar se disso necessitarem.

Em relação ao resto do país a situação não era tão grave, mas existem alguns fenómenos que mereciam um olhar atento, e sobre os quais nada vou escrever para não tornar o texto demasiado extenso.

5º)No mesmo dia Santarém e Portalegre soltaram de Norte para Sul, sem problemas graves, mas mesmo assim os pombos não regressaram nas melhores condições e ainda hoje alguns não voam. As perdas provavelmente em Santarém (zona sul) devem ter um valor médio inferior a 10%. Provavelmente, porque é um nº retirado do inquérito do diz-se que, porque ao fim de tantos anos ainda não temos nada que nos proporcione um controlo eficiente dos pombos enviados e recebidos.

Estes pombos não são melhores nem piores que os outros, mas tiveram mais hipóteses de regresso que os anteriores porque:

a)vivem em zonas mais quentes, logo nesta data estavam melhor adaptados. O tempo de adaptação é um factor essencial nestas situações.
b)não ultrapassaram a pior zona do país: Santarém, e claro sem esquecer Beja, mas esta tinha menor humidade.

Por tudo o que foi exposto penso que não é necessário lançar a caça às bruxas, mas que a Federação nos explique o funcionamento da cadeia de comando que tornou possível anular, ou alterar datas de encestamento de certas provas, e que desta vez falhou e porque falhou. Tudo o resto é demagogia.

Aguardo ansiosamente o novo relatório.

Hoje encontrei um pombo morto na estrada......................

Belmiro

p.s.: será comunicado