Melilla 2010

bem, aqui decorreu de acordo com o esperado. Os pombos seguiram a costa, pois os pombos que estavam somente a 200km do local de solta foram registados bem depois dos que estavam a 350km. A meteo já do lado de cá do charco não era nada favorável à progressão em direcção a Portugal. Calor na zona de Sevilha (35ºC) a que os pombos este ano ainda não tiveram oportunidade de se adaptarem, e um forte vento contrário ditaram que nenhum pombo chegaria no próprio a mais de 500km de casa, excepto para Madrid, mas neste caso existiam partes do percurso com vento favorável.

A esmagadora maioria cruzou o charco apenas no Estreito de Gibraltar (os que cruzaram). Os que não cruzaram percorreram a costa para trás e para diante até perderem as forças.

Os pombos da Catalunha neste processo foram muito mais prejudicados pois eram os únicos a querer remar na Direcção NE, e provavelmente a meio caminho na direcção de Gibraltar voltaram para trás e seguiram para a Argélia etc... Muito poucos devem ter cruzado o charco no melhor ponto para a travessia, e por isso os resultados são os esperados caso os pombos tivessem ido a Gibraltar e não directos à Catalunha.

A solta de Melilla tem um aspecto negativo: é demasiado próxima da água. Os pombos raramente cruzam o oceano em bandos grandes. O natural é fragmentarem-se e depois seguirem em bandos pequenos. Com os pombos já bem orientados e fragmentados certamente que os resultados seriam outros, mas o tamanho de Melilla não sei se será suficiente para que a solta se realize a por exemplo uns 20-40km da água (certamente que não). Não tive tempo para ver as dimensões...

Claro que em dias de vento a favor a coisa seria sempre muito melhor, mas normalmente os ventos a poucos km da costa, nesta zona, são paralelos à costa o que torna pouco provável que alguma vez o vento ajude neste caso.

Bem, a prova decorreu como esperado. Os pombos que regressaram estavam em excelentes condições e capazes de fazer mais umas boas centenas de km, e por isso se registaram pombos a excelentes horas na Galiza (a mais de 1000km (em teoria)). Isto também significa que os cuidados durantes os dias de transporte foram muito bons. Os dias seguintes ao da solta foram excelentes para recuperar os que saltaram o charco em condições de proseguir caminho.

Na organização podemos melhorar ainda mais, como sempre, pois qualquer primeira experiência nos mostra coisas a melhorar na seguinte.

Não sei se vão existir mais edições, e nem sei se as desejo pois esta custou-me alguns pombos bons, mas os desafios sempre me atraíram.

De qualquer forma há que apoiar estas provas que unem toda a peninsula no mesmo dia.

Aspectos negativos: a infomação prestada pela FPC (como sempre peca neste campo). Não sabemos quantos pombos foram enviados por raio, não sabemos a % de pombos regressados etc. Neste campo a RFCE foi um exemplo a seguir: divulgou a tempo e horas as listagens de encestamento, mantinha actualizada toda a informação pertinente à prova tal como % de regressados etc... Também, à semelhança do que acontece no Barcelona, se verifica que alguns não respeitaram os 15' para comunicar os pombos. Os regulamentos têm que servir para alguma coisa, ou ter um motivo, ou então nada se regula sobre o tema e assim estamos todos bem.

Belmiro