opinião acerca do documento da autoria do Sr Manuel de Araújo Martins entregue aos delegados com o título "Comentário sobre o Regulamento Desportivo da FCP" que se encontra em:
http://www.docs.fpcolumbofilia.pt/ViewItem.aspx?ID=470
e descarregado em:
http://www.docs.fpcolumbofilia.pt/ViewItem.aspx?ID=475
Irei debruçar-me sobre alguns pontos do texto:
a)
Daqui que resulta que:
- tem de aceitar-se a distinção entre os dois concursos que são realizados a partir da mesma solta: o distrital organizado pela associação e o da colectividade, organizado pela colectividade;
- tem de aceitar-se que, quer a associação, quer a colectividade devem proceder à regulamentação do próprio concurso, não devendo colidir o regulamento da colectividade com o regulamento da associação e nenhum deles deve colidir com o Regulamento Desportivo Nacional.
e mais à frente:
A confusão estende-se ao conceito de participação sobretudo no concurso distrital. No momento actual em todas as colectividades e associações a participação no concurso
distrital é “automática” a partir do momento em que alguém se inscreve numa colectividade com a intenção de aí concorrer. Ninguém pergunta em qual dos concursos o concorrente pretende participar e sem liberdade de escolha e sem informação não há liberdade de concurso.
Significa isto que se o meu clube decidir separar as águas entre Clube e Associação, pode criar um regulamento em que o sócio tem direito a inscrever semanalmente os pombos ou isto colide contra o regulamento Associativo que quer as inscrições no início do ano?. E se o clube decidir que o seu campeonato é de por exemplo apenas de 4 provas de velocidade então a Associação deve aceitar que os sócios que apenas querem competir a nível de clube paguem apenas essas 4 provas?. Não acredito que a minha Associação permita tal coisa aos que apenas querem discutir o campeonato do clube, mas se isto fosse possível, ou parte, sem grande discussão não há dúvida que seria um grande avanço.
b) O concurso onde o columbófilo concorre sem saber ou sem querer especialmente concorrer perde, necessariamente, qualidade e prestígio.
É uma grande verdade. É o que acontece nos Distritais e também nos clubes. A maioria tem um passatempo e não um desporto com ou sem visão comercial. Até nos clubes se deveria dar a opção de querer ou não entrar no campeonato. Seria uma forma de no mesmo barco/camião juntar todas as crenças e eliminar muitas guerras.
c) Se um columbófilo que acabou de reunir os seus primeiros pombos, na fase em que apenas pretende vê-los chegar ao seu pombal, se dirige a uma colectividade onde os pretende enviar ele, ao “inscrever-se” na colectividade automaticamente fica inscrito no concurso da associação. Parece-nos que esta solução carece de razão lógica e de justificação e não resulta do Regulamento Desportivo Nacional. Não é pensável que este concorrente, em fase de iniciação, concorra num concurso com o nível do concurso distrital.
Eu diria que até no clube carece de razão lógica na maioria dos casos e certamente no caso de miúdos.
d) A associação pode e deve desempenhar o papel de lugar privilegiado para o concurso entre os columbófilos que atingiram ou pretendem estar num nível mais elevado da columbofilia, assumindo uma posição de qualidade e dignidade num patamar mais elevado de concurso.
Sem que uma imensa maioria ande a contribuir do seu bolso para os seus coeficientes miraculosos que apenas demonstram que afinal a competitividade é realmente baixa em Portugal. Andam uns poucos a concorrer sozinhos.
e) Sendo livre a participação no concurso da Associação e não pode deixar de ser, quem pretender concorrer no concurso distrital compreenderá e aceitará que deva participar nos custos do concurso e para a formação dos prémios.
Significa isso que o preço do pombo para quem não queira competir a nível Distrital deve ser mais barato, pois apenas paga o transporte e uma logística de escritório mais reduzida. Só não estou é a ver as Associações a trabalharem nesse sentido..., pois até hoje quase todos os Clubes e Associações dedicaram-se a acumular reservas invejáveis de dinheiro à custa da maioria que apenas queria passar o tempo com os pombos. É uma questão de formação que ainda não ultrapassamos. A ideia sempre foi explorar e gritar bem alto após cada mandato que "deixámos tantos mil euros no banco, demos tantos mil euros de prémios aos do costume (não se diz à custa de quem), e quem vem a seguir a ver se faz melhor". Com esta forma de pensar não fomos longe, apenas construímos umas sedes que hoje passam a maior parte do ano vazias, apenas na hora de encestar se animam.
f) O incentivo à columbofilia passa também pela esclarecida distinção entre os concursos da associação e da colectividade.
É verdade, mas como ver até a sua análise não está completa, pois mesmo a nível de clube deveria de haver escolha, e cada escolha deveria ter um custo diferenciado para o sócio. Este seria um 1º passo bastante importante para manter o que temos. Aumentar é outro tema. De qualquer forma como pode ver distribuir esta informação apenas aos delgados não resultou em nada. Provavelmente nenhum transmitiu a mesma quando foi para casa e assim ficámos na mesma. Ou a FPC decidi educar/informar directamente os columbófilos ou então a evolução não será atingida antes da extinção. É que isto não interessa em nada para a maioria dos vencedores dos Clubes e Associações pois significaria um custo mais elevado para a sua "campionite", piores coeficientes etc... Como sabe os corredores da FPC não são percorridos por muitos columbófilos que andam do meio da tabela para baixo. É necessário maior empenho dos Orgãos Sociais em acções de informação/formação a nível de clube para que isto melhore. Menos tempo a tratar dos vossos pombos e mais tempo dedicado à FPC.
continua...
Belmiro
Re: Congresso Federativo Extraordinário - 8 de Dezembro de 2011
Sobre o número de pombos:
O Regulamento Desportivo Nacional não estabelece o número de pombos relativamente a cada concurso e a cada concorrente. Parece-nos que correctamente porque o número de pombos de cada concurso e cada concorrente é uma questão que apenas deve preocupar quem concorre e quem organiza o concurso: a Federação, quanto aos concursos que organiza; a associação, quanto aos concursos distritais e as colectividades quanto aos concursos de colectividade.
Portanto a colectividade tem liberdade para definir em regulamento interno quantos pombos contam para o seu campeonato, independente do Distrital. Algumas já o fazem há bastante tempo definindo 15 ou 10 pombos designados para o seu campeonato interno, facto que é aproveitado por alguns sócios para competirem ao nível de colectividade com menores custos contra todos os outros. Os que querem ganhar alguma coisa a nível Distrital inscrevem maior nº de pombos para estarem em igualdade com as loucuras dos Distritais onde contam 30 pombos etc. A nível de clube a pressão monetária é menor. Quem decide enviar 30 tem que designar 10 ou 15 para o campeonato do clube. Não é perfeito, mas é melhor que nada.
Tanto quanto se percebe com a limitação do número de pombos por concorrente e por concurso, pretende ter-se em atenção a dificuldade económica de grande parte dos concorrentes e estabelecer-se o equilíbrio entre os concorrentes mais e menos abastados e a acessibilidade à columbofilia.
E acrescentaria os valores da ética desportiva tão desprezados na columbofilia.
Com todo o respeito por quem assim considera esta ideia parece constituir um erro. Erro sobretudo porque não é possível através da limitação do número de pombos
atingir-se o equilíbrio e a acessibilidade à columbofilia desejada produzindo-se, até, o efeito inverso.
Vejamos:
- o grande concorrente tem mais e melhores pombos e entre esses pombos não lhe custa escolher os melhores 15 ou 20 bons pombos. Pombos estes que continuam a ser os que têm as maiores probabilidades de marcar, tanto no seu pombal, como no confronto com os demais concorrentes.
Quem tem menos pombos continua limitado na selecção.
Fundamentalmente errado: limitem o nº de pombos recenseados através de um recenseamento desportivo realizado em Novembro e essas desigualdades serão atenuadas. Não é de forma alguma ético uns terem 150, 200 ou mais pombos no pombos para "competirem" contra quem tem 100 ou menos. Até os miúdos na escola já se aperceberam deste facto e não foi preciso ensiná-los. Eles próprios concluíram que deveriam existir limites pois se uma prova corre mal qualquer deles pode perder os pombos quase todos e no final continuam a enviar os que mais pombos tinham em casa e sendo assim ganham esses; como eles dizem "assim até eu...". E são crianças de 11 anos..., e depois querem atrair os jovens: eu diria que a atrair algum só se for simultaneamente tonto... Basta ver a quantidade de jovens que conseguimos fixar para ver a realidade.
- ainda que o efeito não fosse o inverso do pretendido, a ideia de limitação de pombos sempre seria uma limitação por baixo, diminuindo o nível de exigência do concurso.
- desincentivo para os concorrentes mais exigentes: o que fariam os columbófilos aos pombos excedentes?
errado: a exigência seria sobre o columbófilo. Melhor columbófilo necessita de menos pombos. Os concorrentes com mais pombos são os mais exigentes?. Exigentes têm que ser os que têm menos pombos pois têm menos possibilidades de falhar que aqueles que mantêm os aviários (normalmente para terem maior possibilidade de êxito e/ou maiores vendas). Nunca encontrei quem tenha diminuído o nº de pombos para 40 para poderem ter mais facilidade de ganhar. Há décadas que a pressão sobre os concorrentes é demasiada devido ao nº de pombos necessário para competir em igualdade. Para manter satisfeitos os que prosperam neste RDN, "os exigentes", sacrificaram-se a grande maioria dos columbófilos. O nº de licenças tem aumentado?, se a resposta é negativa então aqui está a prova de que as vossas ideias estão erradas.
continua...
Belmiro
Re: Congresso Federativo Extraordinário - 8 de Dezembro de 2011
Sobre as equipas de pombos:
Reina alguma confusão, tanto quanto sei, entre as colectividades e associações quanto aos pombos que constituem cada equipa, concretamente quanto à eventualidade de transferência dos pombos de uma equipa para outra, .
Pergunta: se sabem porque não actuam?.
A transparência, o equilíbrio e a igualdade de condições entre os concorrentes ficam prejudicadas com esta possibilidade. Compreender-se-á melhor esta ideia se fizermos uma comparação com o futebol: seria como se uma grande equipa dispusesse de duas outras equipas satélites e a meio do campeonato pudesse constituir a equipa principal com os melhores jogadores das três equipas.
Concordo, e sabendo disto o que têm feito?.
Complementando a ideia de limitação de pombos por equipa, se vier a impor-se ou
mesmo que tal não aconteça, deve aceitar-se, porque o Regulamento Desportivo Nacional não o impede e nada há que justifique que se não permita, que cada columbófilo possa concorrer no mesmo concurso com mais que uma equipa, , beneficiando todas dos mesmos direitos a prémios, mas pagando os mesmos custos.
E em todos estes anos a FPC verificou todas as classificações apresentadas nos Campeonatos Nacionais ou na categoria Sport?. Quantos coeficientes foram obtidos/apresentados com estas equipas troca-tintas?.
Quando é que este procedimento irá terminar?. Acho uma vergonha isto durar há tanto tempo contribuindo para mais algumas desistências...
Belmiro