Resumo Completo das Deliberações Finais

Jornadas Columbófilas II Caldas da Rainha 2008.

 
Estive presente neste evento que durante os últimos meses despertou grande interesse nos Columbófilos portugueses.
 
Após as habituais palestras relacionadas com a cerimónia de abertura teve inicio um dia completo de intervenções todas interessantes prolongando – se até às 18 horas aproximadamente.
 
Tudo correu dentro da normalidade, destaco o respeito e civismo bem evidente em todas as intervenções, á excepção de um lamentável incidente, que teve lugar mesmo ao cair do pano, que mais adiante descreverei.   
 
Passo a descrever alguns pontos apresentados por vários intervenientes, porem pretendo chamar a atenção para o facto de por vezes me ter ausentado do auditório durante alguns minutos sendo possível ter perdido alguma informação.
 
Alexandre Giro:
 
Em representação da Sociedade Columbófila de Lobão, defendem a posição actual referente a recenseamentos, equipas secundárias, e acrescenta ser também vontade dos seus associados que seja reposto o regulamento que permitia a organização de campeonatos desportivos por colectividades e entidades privadas, desde que devidamente registadas na FPC. Defendem a pontuação por pontos.     
 
Maurício de Carvalho:
 
Defende o recenseamento máximo de 100 pombos por amador, é contra a possibilidade de troca de pombos entre equipas, é contra campeonatos de borrachos a organizar pelas colectividades, que o ranking nacional venha a ser implantado, mas num único pombal idêntico ao de Mira para onde todos os columbófilos possam enviar pombos. Entende que o país tem campeões a mais.
 
Dr Nogueira dos Santos:
 
Ex dirigente da Associação Columbófila do Distrito do Porto, começou por mostrar que sem motivação pouco é possível conseguir. Como exemplo descreveu factos entre os quais, que quando assumiu as funções de presidente da Associação esta tinha menos de 3.000 associados, dois anos mais tarde os números tinha aumentado para 4.000 aproximadamente. Colocou em disputa um automóvel, prémios monetários de elevado valor, diálogo aberto com os columbófilos e tudo mudou rapidamente e para melhor.
 
No que se refere aos pontos nas Teses, foi peremptório a afirmar que o princípio de bases actual terá que mudar rapidamente. Nenhum praticante por muito bom que seja consegue reaver 50% da despesa anual, o mesmo se aplica às colectividades que andam constantemente de chapéu na mão.
 
Os campeonatos existentes organizados pelas associações são insuficientes, ao amador deve ser dada a possibilidade de escolha e de praticar o tipo de columbófilia que entender. Sem defender o profissionalismo, defende que mais campeonatos onde constem incentivos, possam ser organizados por colectividades ou organizações privadas.
 
A filosofia principal da nossa columbofilia tem que mudar, e cada colectividade deve decidir os seus campeonatos, facilitando assim a vida aos que pretendem praticar o desporto de uma forma diferente. Há que motivar, motivar, motivar, há que reestruturar, há que mudar.
 
Ulisses Terra: apresentou o seu projecto quando tive que me ausentar do auditório, só presenciei parte da intervenção, e como não tenho certezas peço desculpa mas prefiro não arriscar.
 
Engenheiro Inocêncio Mendes:
 
Outro colega que já ocupou cargos directivos a todos os níveis incluindo na FPC.
Columbófilo há 45 anos, entende que são inaceitáveis os regulamentos actuais que gerem a nossa columbofilia nomeadamente a nível distrital e federativo. A columbofilia é um desporto simples, o nosso dirigismo é que o complica.
As associações não nos ouvem, e apenas alguns tem a cortesia de ser chamados e consultados.
A FPC não pode estar vinculada as associações, deve ser independente, Federação tem poder a menos, associações tem o controlo e poder a mais.
 
As colectividades têm que ter liberdade de organizar os seus campeonatos, assim como entidades privadas que assim o entendam.
O monopólio actual está a matar o nosso desporto. A columbofilia tem que ser um desporto agradável, e não algo que nos é forçado pela garganta abaixo.
Soltas, devem ser ao sábado, muitos lares desfeitos, e desistências de praticantes devido ao “abandono” da família aos domingos pelo columbófilo que não pode sair de casa no único dia livre que a maior parte das famílias tem para sair.
O ciúme e a inveja prevalecem em detrimento do valor e respeito que deve ser reconhecido a quem o tem.
 
Os campeonatos e campanhas desportivas devem ser aprovados pela FPC.
 
Locais de solta sempre no mesmo local de acordo com a distância, este devem ser o mais apropriado, tendo sempre em conta a distancia a percorrer e minimizar ao máximo o tempo que os pombos passam nos transportes. O Pombo não é um turista para andar a passear pelo país.
 
Eliminar a situação actual no distrito do Porto, onde se “partem camiões ao meio”  para favorecer e criar falsos campeões, que em certos casos ganham primeiros prémios no bloco, mas não conseguem classificar dois pombos na sua colectividade.
 
As soltas devem ficar a cargo de uma autoridade nacional.
 
Pombos anunciados, seus proprietários devem pagar uma quota no valor de cinco euros á FPC por cada pombo seu anunciado, revertendo metade dessa quantia para o achador e o restante para um fundo especial para propaganda e divulgação do nosso desporto.
Assim evitava – se o roubo dos chips.
Mira deve passar a ser gerida por uma entidade privada. Nos termos actuais estamos a cometer uma irregularidade não permitida a quem tem estatuto de utilidade pública.
A exploração de Mira deve ser lançada a concurso visto que utiliza a maior parte dos recursos do pessoal da FPC que assim não pode exercer outras funções.
 
 
Rui Emídio:
 
Presidente da Associação Columbófila do Distrito de Faro. Tudo está a fazer para que a palavra POMBAL passe a constar no PDM em território algarvio.
 
Aldeias columbófilas têm que ter continuidade e são necessárias muitas mais.
 
Problema da caça, temos que organizar encontros com os representantes dos caçadores, dialogar e negociar acordos para ambas as modalidades.
 
Não vê o que é Mira trás para a Columbofilia Nacional, lembrando a já muito falada afirmação do Vice – Presidente Luis Silva que nas jornadas de 2007 informou que essas verbas tinham vindo durante anos a ser utilizadas para subsidiar as quotas federativas dos columbófilos portugueses ou algo parecido.
 
Defende que quatro provas devem fazer parte do campeonato de fundo nacional, com soltas em simultâneo com distâncias idênticas para todos os distritos em locais diferentes.
É sua opinião pessoal que apesar de todo o empenho nestas jornadas, nada mudará.
 
Porto e Aveiro com a colaboração de uma outra qualquer Associação podem controlar tudo a seu belo prazer, daí o seu pessimismo.
 
Defende que devemos ter um Presidente a tempo inteiro na FPC.
 
Que algo seja feito urgentemente no sentido de legalizar os sistemas electrónicos.
 
Defende que o controlo contra o doping seja urgentemente implantado em Portugal, entre outros motivos está o facto de a sua Associação disputar prémios monetários no valor de milhares de euros, o que poderá ser uma tentação para certas pessoas.
 
António Ramalho:
 
Presidente da Associação Columbófila de Aveiro, discorda da proposta da implantação de 10 pombos designados, campeonatos para jovens, propõe alterações ao actual sistema em que muitos amadores aveirenses, encestam pombos em várias colectividades, propõe que estes não sejam impedidos de encestar as equipas que entenderem, mas numa só colectividade, com a finalidade de manter os amadores a trabalhar na sua colectividade em vez de andarem a correr de colectividade para colectividade no dia dos encestamentos, acerto e fecho de relógios etc.
 
As ditas equipes secundárias devem ser para manter com a finalidade de preencher a capacidade dos transportes.
 
O motivo da debandada de praticantes tem a ver com a situação económica defende que os delegados aos congressos sejam remunerados, e que os referentes trabalhos se necessários se prolonguem por dois ou três dias, porque no seu entender um único dia não é suficiente para debater e tomar decisões.
 
A data em que normalmente se realiza o Congresso deve ser alterada de preferência para a época do defeso. Alertou e mostrou o seu desagrado em relação aos intervenientes no debate pela atitude assumida que considerou de “mata mata”
 
Dr José Jacinto:
 
Amador do Distrito de Santarém, apela para que algo seja feito urgentemente para que a Columbófilia não acabe.
Medidas a tomar especialmente, poupar e reduzir custos, defende a implantação de recenseamentos limitados, iguais para todos, que se criem condições para a implantação de mais aldeias columbófilas, nada tem contra a organização de soltas por outras entidades, e criticou o círculo fechado e de monopólio actual.
 
Abel Rodrigues:
 
Faz parte do elenco directivo da Associação Columbófila do Distrito do Porto, defende que tem que haver pobres e ricos na Columbófilia, quem quiser prémios monetários deve abandonar o desporto, no seu entender este é um desporto para gastar sem esperar qualquer recompensa, e é sua opinião que o motivo das desistências e da falta de aderência de Jovens apenas tem a ver com a questão económica que o país atravessa.
 
Fernando Caetano:
 
Ex dirigente federativo e associativo, defende que a FPC deve adoptar “mão de ferro” e impor, e exigir que se faça o que deve ser feito sem consulta prévia, defende a criação de concursos para borrachos de ano, concorda com o sistema actual de classificação na base de 20% de pombos encestados em todas as provas.
Propõe a criação de um ranking, mas a nível distrital, mais clássicas que passem a contar para os campeonatos gerais, que o amador possa eliminar um concurso de cada especialidade a sua escolha, concursos ao sábado, a introdução de cursos de formação para os conselhos técnicos das colectividades, a criação de um campeonato nacional para os derbys, jornadas columbófilas para o standard, software único para todas as marcas de aparelhos electrónicos no mercado português, que os pombos devem sempre partir para o local de solta mesmo que as previsões apontem para mau tempo, mas que aguardem no local instruções para que a solta se possa efectuar, não concorda com o adiamento de encestamentos.
O motivo da falta de aderência por parte dos jovens está ligado ao computador e especialmente aos jogos Play Station.
 
Propõe a criação de um programa de jogos cujo tema seja a columbofilia.
 
Engenheiro Carlos Leal.
 
Presidente da Associação Columbófila de Portalegre:
 
Defende a implantação de quatro provas de fundo obrigatório para o ranking nacional, que se ponha termo aos campeonatos gerais, que se criem zonas em vez de distritos pois seria mais fácil agrupar os columbófilos. Nota: tive que abandonar temporariamente a sala e não pude tirar notas sobre outros pontos que possa ter apresentado pelo que apresento as minhas desculpas.
 
Engenheiro Salvador Coutinho:
 
Começou por analisar o relatório referente as desistências que segundo disse o deixou estupefacto visto que está a vista de todos que o sistema falhou. Devem ser averiguadas as causas e descobrir os responsáveis. A semelhança de uma empresa, a federação deve reunir o conselho directivo e pedir explicações aos responsáveis.
A columbofilia não pode progredir sem incentivos.
Será urgente criar uma comissão a nível nacional para estudar e posteriormente propor um plano de acção.
 
Acabar com os monopólios e promover a livre concorrência.
 
Artur Costa:
 
Outro discurso que lamento não ter presenciado na totalidade, mas destaco a sua proposta de que os pombais nas escolas passem a ser instalados nas escolas do primeiro círculo ao contrário do que tem vindo a ser feito.
 
Vasco Oliveira:
 
Presidente da Junta das Caldas da Rainha e responsável pelas excelentes instalações e organização colocada ao nosso dispor.
 
Deu inicio á sua participação com a seguinte frase, os senhores dirigentes das colectividades tem que ser devidamente reconhecidos, os columbófilos serão sempre a base de tudo no nosso desporto.
Defende que a columbófilia seja praticada em termos de igualdade para todos os distritos, e com o mesmo número de pombos por amador. Defende a regionalização para substituir o sistema actual de agrupamento por distritos.
Defende que os columbófilos devem ser chamados às urnas para eleger quem os dirige.
 
Deixou bem patente a sua satisfação e orgulho por a sua cidade ter sido a escolhida para acolher este evento.
 
Nota do autor: o Vasco está em fase de recuperação, após um pequeno percalço relacionado com o seu estado de saúde. Espero e desejo que o Vasco recupere rapidamente. E de Homens destes que a nossa columbofilia muito precisa.
 
O que descrevi é fruto do que anotei, se algo passou ao lado, peço desculpa não o fiz com intenção, o mesmo por qualquer outro lapso que possa ter cometido.
 
A minha intenção foi a de informar o mais rapidamente possível todos aqueles que não puderam estar presentes na Caldas da Rainha.
 
Brevemente apresentarei a minha opinião pessoal e descreverei um lamentável incidente que nunca deveria ter acontecido. Ao mesmo tempo devo realçar o civismo, e o respeito mútuo demonstrado por todos os participantes.
 

Inácio Oliveira