Mira 2008 - Mudanças Positivas

Mira renasce das cinzas.

 Opinião unânime de todos os presentes. Isto agora está bem, foi a frase mais ouvida. Ainda bem que é assim, afinal sempre foi o que todos desejávamos. O trabalho quando bem, ou mal feito leva o mesmo tempo a executar. A diferença está na apresentação e no resultado final. Mira 2008 teve uma apresentação digna, porque foi bem organizado desde o ponto mais importante que é a segurança e controle no encestamento, tratamento dos pombos no dia anterior á solta já em terras algarvias que testemunhas presenciais me confirmaram não podia ter sido melhor, a preparação dos pombos com treinos suficientes e adequados á distancia que estes tinham que percorrer na prova final e o bom estado de saúde que apresentavam mesmo após o desgaste da prova que foi durinha, onde os melhores dos aproximadamente 700 atletas encestados acabaram por sair vencedores.
 
 Em columbófilia não há milagres, só reina a mentira enquanto a verdade não chega, e esta para os poucos que ainda duvidavam, presumo que chegou finalmente. Basta consultar os resultados em todos os Derbies nacionais dos últimos dois anos, onde será fácil confirmar, que nem muitos cestos cheios com centenas de pombos conseguiram qualquer classificação merecedora de ser realçada. Lamento e tenho imensa pena daqueles, muitos que acreditaram que tínhamos entrado na era dos “pombos supersónicos”. Hoje quase todos já confirmamos que a única coisa rápida que conseguimos ver foram os muitos milhares de euros a desaparecer dos nossos bolsos.
 
 Voltando a falar sobre Mira 2008 os pombos vencedores, foram vendidos por quantias que não estão ao alcance de todos, seja em Portugal ou mesmo no estrangeiro. 6.000 Euros pelo Pombo vencedor do primeiro prémio, e 5.000 pelo segundo classificado. Espero que todos os intervenientes neste processo sejam devidamente remunerados pelo êxito alcançado. Não queremos ninguém a trabalhar gratuitamente, mas temos o direito de exigir que tudo seja feito com a devida transparência, e que os lucros sejam investidos para o desenvolvimento do nosso desporto cá dentro.
 
 Também sem querer tirar o mérito ao colega da China que os adquiriu em leilão, a quem devo felicitar e agradecer, esses valores só foram conseguidos graças á colaboração dos portugueses presentes que souberam levantar e manter o braço no ar, nomeadamente, nós (directamente ou através dos nossos colaboradores) e o Sr Eng. Salvador Coutinho. É importante que se esclareça que em leilões acabamos sempre por ser obrigados a cobrir a licitação anterior e foi precisamente o que o colega estrangeiro teve que fazer.
 
 Ora aqui foi dado um passo importante a favor da luta que praticamente sozinho tenho vindo a travar durante décadas. Praticamente o CIC tem sido a única organização do ramo em Portugal que tem vindo a penetrar o mercado da exportação. O restante está praticamente tudo dependente e viciado na importação. No passado e actualmente foram e são enviados para cá milhares de pombos, que são adquiridos pelos columbófilos portugueses, revertendo praticamente a totalidade das receitas para o estrangeiro. Somos por natureza um país de parcos recursos e não temos petróleo, ou minas de ouro ou diamantes. Mas temos inteligência e força de vontade. Será inevitável mudar de rumo ou então a nossa columbófilia e todo o resto cairá no abismo. Importar mais do que exportamos é como ganhar cinco e gastar seis. Estaremos sempre endividados.
 
 Reconheço e agradeço o facto de um pequeno passo ter sido dado mas há muitos degraus ainda para subir. Esperemos que seja para continuar e mais uma vez, o meu muito obrigado pelo excelente trabalho. A equipe da FPC está de parabéns.
 
Inácio Oliveira.