Isto vai de mal para pior...



Hoje dei uma vista de olhos ao site da Associação Columbófila do Distrito de Aveiro deparando com algumas histórias que não resisti a comentar. Isto vai de mal para pior.
 
A ACDA procurou não contribuir para o aumento das dificuldades que a situação económica e financeira do país tem acarretado à generalidade das famílias portuguesas. Desse modo, e numa altura em que o preço dos combustíveis aumentava quase todos os dias, assumiu o risco de abrir as inscrições de pombos para a campanha de 2009 anunciando a manutenção dos preços das caixas praticado em 2008.
Demagogia e irresponsabilidade. Então se os combustíveis não baixassem ou continuassem a subir certamente que iríamos ter só meia campanha ou ficaríamos endividados o que a lei não permite. Uma organização com estatuto de utilidade pública não pode correr riscos desta natureza. 
 
Ora assim sendo, façam o favor de apresentar um orçamento rectificado e devolver às colectividades o montante indevidamente cobrado. Os preços dos combustíveis desceram 60%.
 
A verdade é que mesmo que o preço do gasóleo se mantivesse a E 1.50 por litro as quantias que nos cobraram no passado seriam mais que suficientes.
 
Os columbófilos deste distrito não estão a ser ajudados. Continuam sim vergonhosamente a ser explorados.      
Para além disso, e procurando também ir ao encontro das preocupações sentidas pelas colectividades nossas filiadas, decidimos suspender em 2009 as medidas tendentes à diminuição gradual da quantidade de pombos por caixa que constitui uma necessidade tendo em vista a melhoria das condições de transporte dos nossos atletas. Desse modo não fizemos repercutir nos orçamentos das colectividades a quebra verificada na quantidade de pombos inscritos, assumindo a utilização de 7 viaturas em vez das 8 que vinham sendo usadas em campanhas anteriores.
O motivo porque se passa a utilizar menos uma viatura é porque este distrito perdeu num único ano um número de associados equivalente a uma associação como por exemplo Viana, Coimbra, Leiria e outras que utilizam uma única viatura de transporte.
Quer isto dizer que, a ACDA, poderia manter em circulação as suas 8 viaturas, tendo como média por caixa a quantidade de 30,07 pombos. Achamos, no entanto, que face a toda a conjuntura desfavorável em que vivemos, é aceitável exigir aos nossos pombos este pequeno sacrifício, e adoptar uma média superior durante a próxima campanha.
 
Esta só pode ser mesmo de outro mundo.
A direcção da Associação de Aveiro manda, pode e quer. Passa por cima dos regulamentos federativos incentivando as colectividades a encher os cestos com qualquer número de pombos, em qualquer época do ano e para qualquer distância. Isto só visto. Pede – se aos pombos um pequeno sacrifício como por exemplo a morte certa que os espera nos meses de Maio Junho e Julho. É o que temos.
 
No entanto, graças a Deus que me abriu os olhos, os meus não serão assassinados porque nunca mais serão colocados nas vossas mãos.   
 
   
Treinos e Concursos
(Distâncias)
N.º Noites
Fevereiro a Abril
(Máximo)
Maio a Julho
(Máximo)
Soltas até 300 Kms
Soltas de 301 / 500 Kms
Soltas de 501 / 700 Kms
Soltas de 701 / 800 Kms
Além de 801 Kms
1
1/2
2/3
2/3
2/3
40 Pombos
35 Pombos
25/30 Pombos
20/25 Pombos
15/20 Pombos
35 Pombos
30 Pombos
20/25 Pombos
20/25 Pombos
15/20 Pombos
 
 
Este é o regulamento pelo qual durante mais de uma década eu e todos os columbófilos honestos deste país lutamos para que fosse implantado. A FPC mais uma vez ao permitir o regresso destas barbaridades mostra ser parte integral deste grupo columbo-criminoso cujo objectivo é matar o maior número de pombos possível afastando ao mesmo tempo os homens honestos que lutam para que a columbofilia portuguesa venha um dia a ser considerada um desporto honesto e para todos.
 
O que acabo de descrever está publicado no sítio da ACDA local onde se encontra nada mais nem nada menos um dos vice - presidentes da FPC o dirigente Luis Silva que aparentemente foi o redactor da dita circular o que prova que essa decisão não tem como motivo a falta de informação.
 
Porra … basta de canalhices, de garotices e de falta de respeito pelo Pombo e próximo.
 
Os pombos fazem chorar lágrimas e custam muito dinheiro aos columbófilos. O estado injecta milhões dos nossos impostos em algo que está longe de ser o que pensam ser, e que em nada ajuda o Columbófilo ou a Columbofilia portuguesa. Será importante averiguar quem é que está a ser ajudado.
 
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O que eu teria proposto se estivesse no lugar do dirigente Luis Silva, membro da direcção cuja voz é bem auscultada por todos os outros e para espanto de todos nós raramente contrariada.
 
Teria enviado directamente a todos os columbófilos deste distrito uma circular, descrevendo a situação real e verdadeira actual.
 
Propunha em vez de incentivar o aumento do numero de pombos para encher o máximo de galeras, forçando assim o abandono de centenas de amadores, que se fizesse precisamente o contrario, ou seja aumentar ou no mínimo manter os sócios que cá estavam, diminuindo ao mesmo tempo a frota de transporte no mínimo em 30% sem que fosse necessário mexer nos limites de encestamento actualmente existentes.
 
Seriam os próprios columbófilos que de livre vontade e sem polémicas iriam contribuir para que a diminuição de custos para todas as partes viesse a ser uma realidade.
 
O plano de acção que proponho, em nada iria interferir ou afectar os amadores que possuem grandes colónias, mas nivelaria de uma vez por todas as diferenças e injustiças que são uma realidade no sistema actual.
 
Uma nova forma de competir com 20 provas até 500 quilómetros.
 
Trazia de volta o campeonato, que no passado serviu de base para o crescimento e desenvolvimento da nossa columbofilia ou seja a classificação e disputa de um campeonato só com um Pombo. Apenas ao primeiro Pombo a chegar ao pombal seriam atribuídos pontos. Este seria o campeonato do amador.
 
Paralelamente teríamos outro campeonato onde a todos os pombos classificados pelo amador seriam atribuídos pontos. Este seria o campeonato da colónia. Ambos teriam participação obrigatória por todos os associados.
 
Assim teríamos dois campeões (ou um duplo) em todas as colectividades e por vezes o mesmo pombo até ganhava dois primeiros prémios no mesmo concurso.
 
A classificação baseada nos dois primeiros pombos é uma das armas que o grande usa para derrubar o pequeno em todas mas especialmente nas provas de fundo.
 
Com este sistema em vigor 80% dos amadores reduziam os seus efectivos em 50% eliminando ao mesmo tempo todas as despesas actuais também em 50%.
 
Seria metade da ração, metade da medicação, metade dos suplementos, metade dos reprodutores, metade do tempo, em vez de inscrever 30 pombos podia inscrever 15, mesmo optando por pôr de parte possíveis aspirações de vir a ser campeão no campeonato da colónia se assim o desejar.
 
Todos os encestamentos seriam á sexta - feira á noite com soltas ao sábado.
 
Assim as famílias teriam o domingo livre para conviver.
 
Para o calendário de fundo e grande – fundo, a minha proposta seria de criar três pontos de encestamento para todo o distrito sendo a principal nas instalações da ACDA em São Roque.
 
Hoje toda a gente tem transporte e a deslocação já não é um problema. O numero de participação nestes campeonatos diminuía substancialmente, presumo que 60 a 70% não estejam interessados neste tipo de competição, mas em termos de qualidade e credibilidade para o nosso desporto cá e alem fronteiras seria também ouro sobre azul.
 
Os encestamentos seriam á quinta – feira á noite e não sobrecarregávamos as colectividades com trabalho extra pois três locais de encestamento seriam suficientes.
 
Os 24 membros que fazem parte da direcção da ACDA, (juram a pés juntos que estão a servir a columbofilia aveirense) seriam divididos em três grupos de 6 cada e destacados para os três locais de encestamento, onde seriam os responsáveis por todos os procedimentos relacionados com os encestamentos, segurança, carregamento de cestos etc, excepto os de idade avançada que não tendo já condições de ordem física ou de memória seriam aconselhados a ficar onde deviam estar há muito tempo que é em casa a cuidar dos netos sendo substituídos por jovens com ideias e projectos adaptados á realidade dos tempos em que vivemos.
 
Este procedimento seria uma ajuda extraordinária para os columbófilos no combate á crise, os actuais manter – se - iam entre nós porque teriam ao seu dispor varias alternativas de orçamento e de competição, e a juventude que já não é burra passaria a ver o futuro com hipóteses de poder alcançar os seus objectivos.
 
           
A Associação perdia receitas, mas também reduzia as despesas e tudo ia dar ao mesmo em termos financeiros.
 
Esta seria sim uma medida com resultados garantidos para ajudar a combater a crise actual, rentabilizar o “elefante negro” que aí está construído e sentar á mesma mesa os grandes columbófilos deste distrito. Sei que isto não convém ao sistema, mas é só mais uma ideia, que fica gravada neste espaço até que um dia alguém algures decida dizer basta.
 
Quem diria que o Sr BPN estaria hoje onde se encontra? Sou teimoso e paciente.       
 
O homem trabalhador e inteligente sabe, deve, combate, e vence as crises. Os hipócritas refugiam – se nelas, os desfavorecidos são sempre as vítimas delas (deles). 
 
Não seria nenhuma vergonha a ACDA ou outra qualquer reduzir em 3 ou 4 o número de camiões.
 
Vergonha e crime são privar os columbófilos do direito de praticar o seu desporto pela força da ditadura porca e suja que rege praticamente todo o nosso desporto com a bênção dos nossos governantes, também estes vítimas dos relatórios fictícios da autoria do “crime organizado” que está a gerir a nossa columbófilia.
 
Há dias tive uma reunião de duas horas com um senhor ministro a quem tentei alertar para o que se está a passar e informar sobre um projecto que tenho em mente.
 
Quase no final da dita reunião o senhor interrogou – me com a seguinte frase.
 
Como é que vocês conseguem treinar os pombos para que estes voem de Santa Maria da Feira ao Algarve, e regressem novamente a casa?
 
A classe política não só é vítima da (intencional) falta de divulgação do nosso desporto, como também tem vindo a ser “comida” á semelhança de todos nós.
 
O nosso desporto está nas mãos de “autênticos profissionais”.
 
Inácio Oliveira.