Eleições FPC - Entrevista a Fernando Garrido

 

Por favor descreva - nos a Pessoa do Capitão Garrido.
Chamo-me Fernando Garrido, nasci na Chamusca em 1961 sou filho de famílias modestas do qual me orgulho bastante, sou Columbófilo desde 1975 passei por todos os cargos a nível de clubes aqui á volta da minha terra, sou casado, pai de uma rapariga de quem muito me orgulho que está licenciada e a trabalhar, e no que diz respeito á Columbofilia tenho 35 anos de participação activa na modalidade. Ingressei no exercito aos 18 anos, fiz o primeiro curso de meteorologia entre os 18 e os 20 anos, depois estive mais 6 anos no Instituto de Meteorologia e Faculdade de Ciências, findo esse curso fui colocado nos Açores, onde trabalhei, na actividade operacional estive ligado á formação de todos os meteorologistas da Força Aérea, tenho cinco louvores, distinções por mérito militar sou um homem humilde educado e sou amigo do meu amigo, daí que eu tenha vindo a trabalhar de corpo e alma na Federação Portuguesa de Columbofilia fazendo parte de uma equipa.
Há tempo para tudo, a vida tem altos e tem baixos, e há alturas em que devemos decidir sobre abraçar ou não determinados processos novos, e se esses novos processos se enquadrarem nos ideais columbófilos que tenho desde miúdo, que alias fazem parte das ideias da minha família, e se  me deixarem dormir melhor, aí sim sentir-me-ei realizado. Este é o Fernando Garrido.
Vou começar por lhe colocar várias questões em simultâneo que gostaria que esclarecesse não só a mim mas em especial a todos os columbófilos portugueses.
Agora que decidiu ser candidato á presidência da Federação Portuguesa de Columbofilia, facto que deixou muita gente de pé atrás, visto que é do conhecimento geral que o Capitão e o Dr José Tereso sempre tiveram uma relação de amizade e de praticamente total colaboração, sendo o Capitão também um homem com fortes ligações á Federação, será visto por muitos como alguém que faz parte do problema que agora diz estar disposto a corrigir através da sua candidatura contra o actual presidente Dr. Tereso assim como contra os outros candidatos, permanecendo no ar a duvida sobre o real motivo que o levou a tomar essa decisão, não esquecendo que tentando contrariar o que atrás descrevi os apoiantes do Dr.José Tereso não se cansam de afirmar que o Capitão e os outros candidatos o estão a tentar apunhalar pelas costas. Ao mesmo tempo temos a versão de outro sector (gato escaldado até da água fria tem medo) que desconfia que o Capitão possa estar a pactuar com um pré - acordo para safar alguém que poderá vir a estar em maus lençóis caso a "pessoa errada" venha a ser eleita presidente da FPC.
Não, é verdade que fiz parte da Federação, mas neste momento não tenho qualquer ligação ou envolvimento com a Federação. Sou amigo do Dr. Tereso pessoa que considero espectacular mas temos diferenças que tem a ver com a nossa formação em que, ao contrario das universidades a Força Aérea incutiu-me certos princípios que não vejo na Federação, ou seja os princípios da responsabilidade da clarividência, aqueles princípios básicos de honra, eu não os vejo, não quero dizer que eles não os tenham, mas vou dar um exemplo quando deparamos com casos como uma simples reclamação de alguém onde passam 40, 50, 100 e mais dias e ninguém responde, algo tem de estar muito mal. Na Força Aérea dentro de 30 dias era aceite uma reclamação, e tinha que ter resposta. Não se pode deixar marinar para que o tempo faça esquecer.
Não pactuo com soltas de pombos negligentes (nota da redacção: afinal elas existiram) e os responsáveis por esses actos tem no mínimo de ser chamados perante a Federação Portuguesa de Columbofilia, ser aberto um processo de averiguações, e responder pelos seus actos. Temos que saber o motivo desses actos de irresponsabilidade, para que no futuro possam ser minimizados. A essência da  columbofilia é o Pombo, e esse tem de ser o primeiro a ser defendido.
Será do seu conhecimento que no mínimo 90% dos columbófilos já se aperceberam, lamentavelmente muito tarde, que o Dr. José Tereso um autentico perito em "charme" não é o "bom rapaz" que sempre encoberto por uma mascara, que finalmente parece ter caído, conseguiu iludir e porque não dizer até, manipular tudo e quase todos durante mais de uma década, sendo que aos olhos de quem os tem para ver, a única obra feita são as suas constantes viagens e passeios no estrangeiro. Caso venha a ser eleito tenciona seguir os passos do Tereso ou vai fazer o que todos esperam concentrando - se a tempo inteiro na Federação em Coimbra a resolver os inúmeros problemas que afectam o desenvolvimento, progresso e bem estar dos columbófilos.
Certamente que concordará que estamos perante o abismo, porque a forma como a federação tem vindo a ser gerida pelo actual presidente sempre ausente do pais e seus parceiros de "crime" sem capacidade e formação adequada, considerada por nós os que estamos devidamente informados como um autentico crime posto em prática contra os columbófilos portugueses.
É um facto que esse ponto de vista é um ponto de vista. O meu ponto de vista não é esse. Quando estamos acompanhados por uma boa equipa raramente dão pela nossa falta e eu penso que nunca houve boas equipas na federação, mas sim alguns seleccionados através de influencias, consensos e acordos a nível de associações distritais, que levaram a colocar aí determinadas pessoas, pessoas essas que não jogavam umas com as outras, e foram - se deixando andar.
Quanto á ausência do actual presidente, claro que não posso concordar. Quando não queremos assumir uma posição somos ausentes porque não nos podemos dar bem com o diabo e com Deus em simultâneo. Temos que assumir uma posição, cumprir os regulamentos e o que está escrito que se cumpra. O actual presidente pouco ou nada tem feito cumprir, e o que está escrito é para cumprir. Entre vários casos temos este que quando se chega ao ponto das associações  efectuarem soltas á revelia, penso que está tudo dito. Julgo que o problema da Federação é principalmente um problema de liderança, falta ali um líder, não falta um homem de festas, nem um aparentemente bom homem, falta sim liderança.
Se não se importa vamos agora falar sobre outro seu amigo pessoal nomeadamente aquele que é apontado e talvez com alguma razão como o principal responsável embora indirecto pelo descalabro que se vive naquela casa ou seja o Dr. Joaquim Lopes, advogado de profissão mais conhecido como o treinador e carregador de cestos e caixas dos pombos de Mira, trabalhos que na óptica dos columbófilos não se enquadram dentro da sua formação académica e profissional. Há mesmo muitas vozes a favor da sua demissão, sendo o principal motivo do descontentamento quase geral, o atraso e prescrição de processos, revisão de dossiers encostados há anos, ignora praticamente todos os contactos telefónicos e correspondência dos columbófilos etc. Tratando - se de outro seu amigo pessoal seria útil ouvir a sua opinião sobre este caso.
Não é esse o meu ponto de vista, é assim: O Dr. Joaquim Lopes é a pessoa em Portugal que fruto das circunstancias mais sabe da gestão da Columbofilia. Quando nós gostamos de determinada coisa ou somos fieis ao nosso trabalho, se me deparo com algo para decidir, á semelhança do que se faz na tropa, alguém tem que decidir mesmo que seja errado, as maquinas tem que andar.
O que tem vindo a acontecer ao longo dos últimos anos é que temos um director de serviços muito inteligente (nota da redacção: concordo, esperteza não lhe falta) e muito bom mas que lhe caiu tudo em cima. Faz Mira, carrega cestos em Mira, é o homem que faz tudo e não faz aquilo para o qual a universidade o preparou, que devia ser defender juridicamente os columbófilos e tudo que está associado á Columbofilia, tratar só das coisas interessantes, ou seja o andar a carregar caixas em Mira ou andar a fazer isto e aquilo não são funções próprias para um director de serviços com a formação que ele tem.
Fruto do abandono das direcções alguém tinha que fazer com que a Federação andasse, e se de onde em donde alguém tinha que fazer com que a Federação andasse, foi ele que o fez, dando sempre a cara pagando agora pelo que fez e não fez.
Seja qual for o grupo, se tivermos um bom líder surgem outros bons lideres. Se o líder está ausente alguém tem que comandar o barco, por isso os columbófilos e a organização columbófila não o podem culpar, mas culpar sim quem politicamente esteve ausente do cargo que devia exercer. O dever do chefe é mandar e acompanhar o que está a ser feito, não é afastar - se, estar ausente daquilo que tem que ser feito, daí que por vezes saia para o exterior uma imagem negativa do director de serviços.
Então não tenciona demitir o director de serviços.
Isso seria o mesmo que, caso fosse treinador do Real Madrid dispensasse o Ronaldo.
 Uma das pessoas que apesar de actualmente não exercer qualquer cargo na Federação tem estado sempre presente e participado activamente em praticamente todas as decisões que tem vindo a ser tomadas pela Federação para descontentamento de 99% dos columbófilos portugueses que sempre discordaram e não aceitam o seu radicalismo em termos columbófilos e não só, porque se situa no extremo dos extremos, refiro - me ao Sr. Vidal Pinto em cujas mãos foi colocado o futuro da nossa Columbofilia, como por exemplo a redacção do famoso documento intitulado TESES cujo conteúdo foi recusado pela esmagadora maioria dos columbófilos mas vergonhosamente aprovado com os votos de meia dúzia de "pupets" presentes nas Caldas da Rainha, que sem vergonha levantaram o dedo para validar uma acta totalmente adulterada, tudo isto na presença e com o apoio incondicional do actual presidente da Federação Dr. José Tereso e seus compadres, assim como os novos regulamentos desportivos aprovados á pressa e no escuro, no ultimo congresso da Federação, sem que aos delegados tivesse sido dada a oportunidade de consultar e estudar ao pormenor esse documento que segundo consta é da exclusiva autoria do Vidal Pinto.
Agradeço que esclareça os columbófilos portugueses sobre o que tenciona caso venha a ser eleito, fazer para rectificar o que pela esmagadora maioria é considerado como inadmissível para um povo e país democrático.
È assim isso também vem no seguimento do que aconteceu no ultimo Congresso onde o presidente da Federação teve que chamar o Sr. Vidal Pinto para esclarecer o Congresso sobre aquilo que o próprio presidente não sabia, porque o Sr. Vidal Pinto é que fez tudo relacionado com os novos estatutos sem consultar praticamente ninguém.
Pelo que me tenho apercebido o Sr. Vidal Pinto é um óptimo colaborador, tenho uma grande admiração por ele desde as primeiras jornadas de columbofilia pela sua capacidade de expressão e continuei a admira - lo até á celebre publicação no jornal o Mundo Columbófilo onde ele enxovalhou tudo e todos incluindo as associações, apelidando pessoas de cabos, sargentos e generais, colmatando com a celebre frase de que a partir das eleições em Fevereiro nós é que mandamos, veremos quem ganha etc, etc. Não é uma postura digna de um homem dito Columbófilo, que devia estar cá para praticar Columbofilia. Ideias e ideais dessa natureza não terão lugar na minha equipa e nunca serão aceites.
Não estive presente nessas jornadas nas Caldas da Rainha, mas estou ao corrente que várias propostas aí apresentadas foram alteradas, efectivamente estou ao corrente pois vi projectos apresentados nessas jornadas sobre meteorologia que não são da minha autoria.
Posteriormente pediram - me para enviar para lá um papel, que enviei, mas se uma entidade patronal paga a um individuo essa entidade devia solicitar a essa pessoa que fizesse o seu trabalho, agora criar um documento que nunca passou pela mão do meteorologista e apresenta - lo aos columbófilos como sendo da minha autoria não é correcto nem posso aceitar.
Os novos estatutos e regulamentos qual a sua opinião?
Eu não estive presente nesse congresso, estive presente mas no exterior não estive lá dentro mas estou informado e posso adiantar uma serie de coisas.
È assim: mais grave que isso é que não foram respeitados certos requisitos á boa maneira portuguesa e estes estatutos foram feitos á pressa, e estão mal feitos em alguns assuntos que já vou focar, mas no ponto geral por falta de conhecimento jurídico aplicável ás federações, as pessoas que elaboraram esses documentos apresentaram isso de tal maneira que agora verificamos que existem columbófilos que votaram seis vezes, enquanto que a maioria vota zero vezes.
Isto tudo foi mal feito, mas estamos a tempo de noutro congresso alterar a representatividade. Não é admissível que hajam distritos que não tem um único representante dos columbófilos.
Agora vou dar um exemplo: um individuo que é Juíz Classificador, votou nos juízes, é presidente do Conselho Técnico, votou no Conselho Técnico, faz parte da direcção de uma Associação, votou para eleger um elemento dessa Associação, foi votar para os columbófilos e depois ainda vai votar para a sua colectividade o que perfaz seis votos, enquanto que os distritos da Madeira, de Viana, de Viseu e outros não tem um único representante.
Houve apenas o cuidado de manter o poder nas grandes associações. isto tem que ser alterado porque senão não vivemos em democracia.
A sua opinião sobre o Standard e respectivos Juízes Classificadores, outro dito cancro na nossa Columbofilia.
Eu admito que hajam pessoas que gostem do Standard, e tenham direito a criar pombos de classe Standard, agora temos que ter a noção de que se calhar temos menos criadores na Classe Standard que Juízes Classificadores e acho desproporcional tendo em conta que somos + - 11 mil na classe Sport em relação ao que tem sido feito á volta do Pombo Standard.
A Columbofilia é enviar e receber pombos, e na grande maioria do Pombo Standard, poucos são aqueles que competem, embora seja com muito prazer que lhe digo que é da minha terra o único Pombo que foi campeão na classe Sport e Standard em Portugal. Agora os Juízes pela sua envolvência porque são homens que assumem posições de preponderância, talvez pela escassez de dirigentes, eles tem assumido posições que lhes dão maior clarividência.
No meu ponto de vista podem co-existir as duas mas o valor tem que ser proporcional muito mais para o Sport que para o Standard, que deve ser puxado para o caminho da teoria que o Dr. Chitas Martins apresentou, ou seja puxar pela sua capacidade atlética e física.
As inconcebíveis prestações dos pombos portugueses internacionalmente, qual a sua opinião? 
Portugal deixou de aparecer nas classificações internacionais devido ás alterações postas em prática pela FCI no sistema de classificações e na quantidade de pombos a contar por prova, na presidência do Dr. José Tereso, ou seja um Pombo que ganha contra vinte tem o mesmo prémio coeficiente  daquele que ganha contra cinco mil.
Um erro cometido pela FCI que não defendeu os interesses de Portugal. O Dr. Tereso cedeu ás pressões dos belgas, holandeses e alemães. É impossível com as actuais regras da FCI, tendo em conta o nosso tipo de campeonatos nós podermos brilhar lá fora, porque chegamos ás Olimpíadas e deparamos com pombos com 10 classificações nos cinco primeiros, enquanto que nós para obtermos essas classificações com o tipo de campeonatos que temos seriam necessários 10 anos para o conseguir, o que torna as nossas hipóteses em missão impossível.
Temos que redimensionar a nossa velocidade e o meio - fundo, e mesmo no fundo estamos prejudicados com a redução das distancias que tem vindo a ser feita.
No seu entender e dentro das condições actuais com os míseros prémios monetários pagos pelas colectividades, que coitadas não podem fazer melhor, que motivação poderão ter os nossos colegas columbófilos quando mesmo os campeões nos grandes clubes não conseguem reaver um terço dos custos anuais gastos com a manutenção das suas colónias.
Como poderá alguém ser motivado a fazer mais e melhor sem a respectiva recompensa pelo seu esforço e dedicação. Os tempos das salvas de palmas e dos cupões já lá vão.
Nos dias de hoje graças á evolução e á internet os nossos colegas portugueses constatam que no triangulo Holanda Bélgica e Alemanha, assim como na Inglaterra no mínimo de 15 em 15 dias aparece um novo milionário graças á rentabilidade conseguida com a venda dos seus pombos valorizados nos concursos com chorudos prémios monetários. Até quando vamos continuar com a politica de que obrigatoriamente temos de ser todos pobres e miseráveis, controlados por um dirigismo milionário, á semelhança do que se passava do outro lado da cortina de ferro, e ainda se passa hoje na Coreia em Cuba etc?
Existe uma nova estirpe de columbófilos em Portugal, que investe em bons pombos e que os não quer perder, então temos que ter campeonatos em que não possam existir provas obrigatórias de 700 e 800 km, mas sim criar campeonatos para o fundo e grande fundo fora dos campeonatos gerais e simultaneamente criar maior quantidade de provas de velocidade e meio - fundo, até porque estamos a assistir em todos os distritos a uma redução de transportes porque não há pombos suficientes para os encher.
Se criarmos essas condições a maioria dos columbófilos passará a participar em provas de baixo risco para os pombos. Os que gostam, e tem condições para participar em provas de risco podem e devem ter também os seus campeonatos ao dispor. Isso faz parte do meu programa caso venha a ser eleito. Tenciono fazer estudos e ouvir os columbófilos incluindo os que tem abandonado a modalidade.
A democracia tem que existir e a vontade dos columbófilos tem que ser respeitada.
Acha que o desporto Columbófilo terá hipóteses de voltar a crescer e a desenvolver no nosso país sem o envolvimento do sector privado como é o caso dos outros países europeus e não só, onde dá gosto praticar a columbofilia, tendo em conta que a postura do actual dirigismo em relação a nós privados e ás colectividades tem sido sempre no sentido de pouco fazer e nada deixar fazer, preferindo deixar morrer o pouco que resta com vida a permitir que outros trabalhem em prol do progresso.
Faz parte do meu programa envolver o sector privado, mas vou dizer o que penso pois ainda foi há pouco tempo que assistimos á bronca relacionada com os bancos, ou seja os bancos e o sector privado são os grandes motores do desenvolvimento, mas compete ao governo fiscalizar. Também á Federação poderá competir a fiscalização, mas como estamos a falar de uma fase de transição, e como disse atrás sou a favor que o sector privado organize concursos mas para que isso aconteça será necessário criar coordenadores de solta devidamente certificados para o efeito.
Só com delegados e coordenadores de solta certificados pela Federação é que os privados e as associações podem trabalhar. Ao sector privado não pode ser negado o direito de organizar campeonatos mas estes terão que ser atempadamente apreciados pela federação. O sector privado sim, ontem era tarde, porque este é o motor do desenvolvimento mas vamos certificar as pessoas para que esse sector comece a trabalhar com transportes devidamente certificados e soltas controladas por profissionais.
Temos que dignificar a Columbofilia começando por estancar as saídas, acabando com as guerras internas com o sector privado e não só, depois cativar os jovens e provar aos que abandonaram que tem condições para regressar.
Não vejo mal nenhum se vier a ser implantado um sistema de apostas, até porque na minha colectividade todos os anos nas primeiras provas temos vindo a implantar um sistema desses e não é por aí que vem o mal ao mundo, até porque o temos vindo a fazer em Mira e isso só fará bem á Columbofilia nacional e mesmo a implantação dos clubes elite só trará benefícios á nossa Columbofilia.
Já que mencionou Mira vamos falar um pouco sobre o que é considerado pela maioria como um dos cancros em termos de transparência financeira e desportiva da nossa Columbofilia. Caso venha a ser eleito vai ou não pedir uma auditoria ás contas da Federação, onde sem margem para duvidas será confirmado que vários milhões de euros desapareceram sem deixar rasto ao longo dos últimos 10 a 12 anos.
É assim, eu acredito que as contas da Federação estejam todas correctas, foram sempre aprovadas em congresso, está tudo aprovado, por isso parto do principio que as contas estejam certas até porque as associações nunca questionaram isso. Porem existem números na contabilidade que eu não concordo, por exemplo gabinetes na Federação que não funcionam, tem verbas e aparecem despesas.
Nesta altura não tenho bases palpáveis para duvidar daí não ser necessário recorrer a auditorias externas, sou um bom rapaz e penso que está tudo bem, mas amanhã se me aperceber que algo não esta bem, é lógico que toda a gente quer saber com que linhas se coze e ninguém quer guiar um carro desgovernado, tem que saber o que é que motivou a avaria. Espero que me entenda.
Nesta altura do campeonato Mira devia ter uma contabilidade organizada, vamos ao projecto inicial posto em prática e iniciado pelo saudoso Gaspar Vila Nova que infelizmente veio a ser adulterado, porque agora você, eu e os outros nos interrogamos sobre onde é que está o dinheiro, onde é que se gastou, por isso é importante que Mira regresse ao projecto inicial e passe a ter uma contabilidade em separado para que nós possamos publicar na internet, tantos pombos entrados, tantos saídos, gastos nisto e naquilo, assim como as receitas liquidas.
Esses dinheiros tem que servir forçosamente para justificar ao fundador de Mira que nós estamos cá para seguir a sua ideia utilizando esses fundos para o desenvolvimento da Columbofilia nacional e não para sustentar a Federação.
É lógico que a Federação tem que se sustentar, mas para isso tem as receitas dos columbófilos e do estado mas nunca utilizar as receitas de Mira. Mira tem que ser forçosamente um ponto de encontro entre os columbófilos e para isso é necessário que haja claridade nas coisas.
Se somos de utilidade publica as contas também terão que ser publicas e comigo essas passarão a ser publicadas, não compreendo como é que o Columbófilo comum não tem acesso ás contas, é tão fácil como isso.
Outro ponto que ética e comercialmente não é aceite pela maioria das empresas e columbófilos portugueses. Refiro - me ao envolvimento das multinacionais estrangeiras que há mais de uma década tem vindo a controlar a Federação a seu belo prazer, para cumulo da vergonha com individualidades seus representantes, nomeadamente os senhores Marc Rion e Valdemar Oliveira com assento permanente dentro da estrutura federativa, outras empresas como é o caso da empresa responsável pelos serviços de informática a Duodata cujas adjudicações no valor de muitos milhares de euros são feitas directamente e sem concurso publico, com a agravante de essa mesma empresa ter vindo a utilizar ferramentas pagas pela Federação para proveito próprio ao mesmo tempo que utiliza o Site da Federação para publicitar os seus negócios.
Sou conhecedor disso porque confrontei a pessoa e o que se passou foi o seguinte: eu na Expo Rainha em Aveiras fui falar com o responsável de uma das empresas ligada á informática que me disse o seguinte: eu tenho um contracto assinado com a Federação, e sendo assim alguém é responsável por ter assinado esse contracto. Agora se esse contracto nos é desfavorável conforme me parece ser, é o que deve ser apurado.
Estou ao corrente que houveram reuniões com juristas, com advogados de um lado e do outro mas ficou tudo em águas de bacalhau. A situação é tão simples como isto: se existe um contracto em que os futuros responsáveis pela Federação não estão de acordo, temos que analisar esse acordo, mas a filosofia a meu ver é que se a futura direcção o não quiser manter esse tem que ser resolvido.
Teremos que saber quem é que assinou o contracto e porque é que esse contracto foi assinado, porque de uma coisa tenho a certeza, a assinatura desse contracto não foi decidida em reunião de direcção nem aprovado em Congresso. A publicidade no Sitio da Federação e outros locais debaixo do controle da Federação, ou não é para ninguém ou é para todos.
No meu ponto de vista existem e bem empresas que vivem da Columbofilia, e no meu entender não basta nós irmos só sacar porque se matarmos a carraça acaba - se a fevre.
O ideal é que todos colaborem e que as regras do jogo sejam claras. Será lógico que se eu tenho milhares de pombos para alimentar e tratar em Mira é obvio que irei tentar contactar empresas para fornecer rações, suplementos medicamentos etc, mas isso terá que ser feito através de concurso publico.
Assim defendemos os interesses da Federação e dos fornecedores. Por aquilo que me dizem até ao momento todas as compras da Federação são feitas através de adjudicação directa e isso terá que mudar. È lógico que existem pequenos valores como comprar esferográficas, que não estão em causa, mas tem que haver uma colaboração legal e leal com todas as empresas do ramo da Columbofilia.
Três nomes da sua lista.  
Quer que eu seja honesto, então é assim, eu sou um General que está na guerra sozinho, não tenho rigorosamente ninguém atrás de mim com promessas de poleiro. Eu quando fui convidado para ser candidato á presidência da Federação Portuguesa de Columbofilia, tive o cuidado ter avisado o actual presidente de que iria ter um almoço com pessoas e nesse almoço ninguém me disse, eu quero este ou aquele lugar. O candidato Rui Emídio é testemunha disso porque esteve presente onde a única coisa que pedi ás pessoas foi o seguinte, eu vou sozinho ás eleições e se ganhar vocês serão a minha primeira escolha, porque até lá não quero envolver o nome de pessoas úteis numa guerra idêntica á que existe entre os outros candidatos.
Nenhum dos que lá estão na Federação actualmente farão parte do meu grupo mas alguns dirigentes do passado poderão vir a ser convidados.
O CIC agradece ao Sr. Capitão Garrido pela sua total disponibilidade para responder ás questões que lhe foram colocadas.