A PROMOÇÃO DA COLUMBOFILIA, A IMPRENSA COLUMBÓFILA QUE TEMOS . . . E O DIRIGISMO COLUMBÒFILO QUE . . . NÃO TEMOS . . .

Examos Senhores,
 
Junto remeto um texto em que faço uma reflexão sobre a forma de fazer informação, pelos Jornais que se dedicam á Columbofilia em Portugal, a qual, lamentavelmente é de franca má qualidade, para que o divulguem no vosso prestigiado site, caso assim o entendam fazer.

Melhores cumprimentos,

António Joaquim da Silva Morais 
Concorrente nas Sociedades Columbófilas de Camarate e Sacavem

 

A  PROMOÇÃO  DA COLUMBOFILIA,   A  IMPRENSA  COLUMBÓFILA QUE TEMOS . . . E O  DIRIGISMO  COLUMBÒFILO  QUE . . . NÃO TEMOS . . .

 

Curiosamente, ambos os Jornais que se dedicam ao desporto Columbófilo em Portugal, decidiram tratar a questão da Promoção da Columbofilia em Portugal nos editoriais dos seus ultimos numeros, tentando assim trazer para plano de destaque esta importante questão.

Assim, o Jornal Mundo Columbófilo nº 1084 de 28 de Fevereiro de 2015, destaca no seu editorial a iniciativa da Sociedade Columbófila do Cadaval, Distrito de Lisboa, que dicidiu ofertar 50 borrachos a quem se iniciar na pratica do desporto columbófilo (excelente iniciativa, diga-se em abono da verdade), e a iniciativa da Sociedade Columbófila Alandroalense, do Distrito de Evora, a qual decidiu praticar preços o mais reduzidos possivel na disputa da campanha 2015, a todos os Columbófilos que se iniciarem(outra excelente iniciativa, registe-se).

Depois o Jornal Mundo Columbófilo reproduz na sua pagina nº 02 do referido nº do jornal, as cartas das referidas sociedades columbófilas a seu tempo enviadas pelas mesmas ao Jornal Mundo Columbófilo, solicitando a divulgação da respetiva iniciativa.

Simultaneamente, no seu numero nº 66 e relativo ao periodo de Dezembro de 2014 a Janeiro de 2015, o Jornal Portugal Columbófilo dedica tambem parte do respetivo editorial á questão da promoção do desporto columbófilo, realçando o facto de os Dirigentes do Derby de Riachos terem realizado algumas sessões de divulgação e promoção junto das escolas locais.

Efetivamente, e lamentavelmente, em Portugal quem de direito nada faz para divulgar e promover  a pratica do desporto columbófilo, pelo que chegamos á caricata situação de uma simples sessão de esclarecimento numa escola, ser noticia do editorial de um jornal de expansão nacional.

Obviamente que como praticante do desporto columbófilo e amante desta bonita atividade ludica, fico gratificado de cada vez que os jornais da imprensa columbófila dedicam algumas linhas a este tipo de eventos, tão raros eles são, como é do conhecimento geral.

MAS, A  MEU  VER,  A  NOTICIA  NÃO  DEVERIA  SER  A  REALIZAÇÂO  ESPORÀDICA  DE  UMA  QUALQUER  INICIATIVA,  MAS  ANTES  A  AUSENCIA  DE UMA  ESTRATEGIA  E  DE UM  PLANO  DE  ACÇÂO  NACIONAL,  DEVIDAMENTE  ESTRUTURADO,  PENSADO,  ORÇAMENTADO,  E  IMPLEMENTADO  NO  TERRENO!

A esta ausência de estrategia, quer da FPC, quer da maioria das Associações Distritais, é que  a imprensa columbófila nacional deveria dedicar os seus editoriais, fazer  jornalismo de investigação sobre esta materia, abrir as suas paginas a todos aqueles que quisessem opinar sobre como promover e divulgar o desporto columbófilo em Portugal. Isso sim, seria prestar um bom serviço á columbofilia portuguesa!

E que iniciativas a imprensa columbófila nacional tem levado a cabo, na divulgação e promoção da modalidade?

Tem realizado foruns?

Tem realizado conferências?

Tem realizado debates e mesas redondas?

Tem entrevistado sobre este tema os dirigentes federativos e associativos?

Tem realizado inqueritos e consultas de opinião aos columbófilos?

Tem disponibilizado o seu espaço ás pessoas que contestam o imobilismo e o conservadorismo dos nossos atuais dirigentes?

Infelizmente, as respostas a todas as perguntas que acima formulo são sempre; NÂO, NÂO, NÂO, NÂO  E  NÂO!!!

No que respeita ao Jornal Portugal Columbófilo, então a situação é mesmo caricata, e até dá vontade de “chorar” . . .

Se não vejamos um excerto do “brilhante” editorial assinado pelo seu diretor e proprietario, e cito;”Muita gente apregoa a necessidade  de levar a columbófilia ás escolas, com o objetivo de recrutar novos praticantes, algumas pessoas apresentam recorrentemente teses filosóficas sobre esta matéria, cuja demagogia das palavras escritas e faladas até “doem”, fruto do vazio das acções, ficando estes ideólogos normalmente pelos processos de intenção adornados pela retórica. Os dirigentes do Derby de Riachos, numa ação meritória e louvavel, não se ficaram pelas intenções e levaram á pratica junto das escolas locais uma ação de divulgação e promoção da columbofilia,” fim de citação.

Sinceramente, È  PRECISO  TER  MESMO  MUITA  LATA, como diz o nosso povinho!

Quem nos fala assim, quem escreveu aquilo que citei acima, é  o Presidente da Associação Columbófila de Lisboa, que acumula com as funções de empregado administrativo da referida associação, SENDO  ASSIM, QUE  EU  SAIBA,  O  ÚNICO   DIRIGENTE  COLUMBÒFILO  PORTUGUES  REMUNERADO, pelo que tem especiais responsabilidades nesta materia.

È que este senhor, pelos cargos que ocupa, e acima referi  apenas alguns deles, tem tudo o que é preciso para realizar as tais ações que sugere e reivindica, MAS  NADA  FAZ  NESSE  SENTIDO!

Ou seja, é Presidente de uma associação, logo detem o poder, os meios administrativos, logisticos, humanos e financeiros, e tem a lata de nada fazer e mandar os “outros”, a quem nunca dá nomes,  trabalhar?

Então os orçamentos associativos aprovados nos ultimos anos NUNCA  RESERVARAM  NENHUMA  VERBA  ESPECIFICA  PARA  A  DIVULGAÇÂO  E  PROMOÇÂO  DA  COLUMBÒFILIA, mesmo tendo a ACDL um saldo bancário de cerca de 55.000 euros, e este senhor acusa os columbófilos do distrito de nada fazer, quando ele é que tem todos os meios para o poder fazer e nada faz?

E se o Distrito de Lisboa bem precisa de um executivo que trabalhe mais e fale menos …

Como se pode ver no mapa em anexo, Lisboa tem perdido cerca de 5 % de praticantes em cada ano, pelo que, a este ritmo, dentro de 10 - 15 anos a columbofilia lisboeta será meramente residual.

Da analise dos dados constantes no referido mapa, penso ser de destcar o seguinte;

1 – Lisboa que chegou a ter 54 coletividades, tem agora apenas 36 coletividades ativas, ou seja, 66 % das coletividades que já teve.

2 – Dessas 36 coletividades ativas, em apenas 9 estão inscritos 20 ou mais columbófilos, ou seja, apenas 25 % das coletividades têm mais de  20 associados, logo, uma qualidade competitiva assinalavel.

3 – Em 10 dessas coletividades, ou seja, em 28 % das coletividades,  apenas concursam 12 ou menos concorrentes, logo a ausência de competitividade e qualidade é flagrante, pelo que desmotivadora, face ao reduzido numero de pombos em competição(normalmente menos de 300 pombos encestados semanalmente)

4 – De referir que estes dados reportam a 2015, ano em que Lisboa subiu o numero de pombos designados de 25 para 30, pelo que em 2016, com o regresso já regulamentado aos 25 designados, o panorama vai ser bem mais desolador, se entretanto nada for feito

5 – De referir que a passagem de 25 pombos designados na campanha de 2014, para 30 pombos designados em 2015, teoricamente, proporcionaria um aumento de 20 % nos pombos inscritos, mas apenas SE VERIFICOU UM ACRESCIMO DE  8,4 %, pelo que as desistencias deverão ter sido muito significativas em numero de columbófilos desistentes.

6 – De 711 equipas de columbófilos concorrentes em 2013, lisboa reduziu para 636 equipas agora em 2015, pelo que em 2 anos Lisboa perdeu 75 Praticantes, ou seja, cerca de 2.000 pombos menos encestados.

Infelizmente esta realidade tem sido sempre escondida e escamoteada aos dirigentes e columbófilos do distrito, já que durante o “consolado”  do atual executvo da ACDL, que já dura á cerca de 10-12 anos, NUNCA  FORAM  PUBLICAMENTE  DIVULGADOS  QUAISQUER  DADOS  ESTATISTICOS, pelo que no distrito grassa um desagradavel obscurantismo, promovido e praticado pelo atual executivo associativo. Lamentavelmente!

 

Camarate, 02 de Junho de 2015

António Joaquim da Silva Morais

Sócio federativo nº 06584

Concorrente nas Sociedades Columbófilas de Camarate e Sacavém