O que se passa na nossa columbofilia é exactamente o espelho do que se passou a nível político no país.

 

O que se passa na nossa columbofilia é exactamente o espelho do que se passou a nível político no país.
 
Enquanto tudo se esmoronava á nossa volta os anteriores políticos afirmavam, alguns até juravam que tudo estava bem, que a culpa era dos outros, que não seria necessário recorrer a ajuda externa etc.
 
Até que um dia descobrimos que o país estava na banca rota, sem dinheiro para cumprir os seus compromissos e fomos obrigados á humilhação de estender a mão a pedir ajuda externa, ao mesmo tempo que muitos milhares de compatriotas, técnicos indispensáveis ao nosso desenvolvimento deixaram o país, indo enriquecer quem menos precisa, ou foram parar ao fundo de desemprego porque não tem condições para poder trabalhar e assim criar a indispensável riqueza necessária para o nosso desenvolvimento. 
 
Porem será que alguém conhece um único desses políticos que tivesse de abandonar o país á procura da sobrevivência ou que esteja no fundo de desemprego?
 
Todos sem excepção têm o seu tacho assegurado enquanto o restante povo português chora lágrimas de sangue e tenta reerguer – se praticamente do nada.
 
Da minha parte não tenho a menor dúvida que iremos mais uma vez conseguir mostrar a nossa capacidade e provar que afinal não somos o lixo que são muitos dos anteriores governantes, ao mesmo tempo que iremos estar mais atentos com aqueles que agora nos governam.
 
Columbofilia:
 
Se existisse uma agência de notação para a columbofilia a Federação Portuguesa de Columbofilia teria de certeza absoluta um “ratting” abaixo de lixo.
Porem o estado horrível a que chegamos em termos de columbofilia não aconteceu por acaso, foi tudo projectado e premeditado até ao último pormenor, sendo que alguns de nós, os mais atentos sabíamos exactamente o que estava a acontecer tendo no passado por inúmeras vezes eu próprio alertado para as consequências terríveis que se avizinhavam, e que agora teremos que enfrentar.
 
Dois anos após a tomada de posse do Tereso, já lá vai quase uma década escrevi um artigo numa das revistas CIC, e muitos outros se seguiram onde alertei então para o facto, caso não mudássemos de rumo, que em 10 anos iriamos perder 50% dos columbófilos, e que o actual dirigismo ficaria na história como os coveiros do nosso desporto. 
 
Hoje sou obrigado a apresentar desculpas pois os meus cálculos estavam errados.
 
Não perdemos 50% mas sim 65% dos columbófilos durante o reinado do Tereso & Co, ao mesmo tempo que esses canalhas até á meses atrás, apregoavam que estava tudo bem, que estávamos a crescer em números, que os nossos jovens estavam a aderir em massa, tenho um jornal do regime á minha frente onde leio o que há quatro anos atrás um senhor doutor do regime escrevia, que por cada columbófilo que morria tínhamos três jovens para o substituir, que éramos o segundo maior desporto no país, enfim, um autentico paraíso em termos columbófilos que fazia crescer a água na boca a quem o escutava.
 
O Tereso percorreu o mundo espalhando essa “boa nova” que deixou tudo e todos boquiabertos.
 
Temos que seguir o exemplo de Portugal diziam alguns.
 
Porem os mais atentos ou menos distraídos especialmente os homens ligados á imprensa ou dirigentes nos seus países, pegavam no telefone ligavam para o Inácio, nas ultimas décadas talvez a única pessoa ligada á columbofilia no nosso pais em quem os estrangeiros sempre acreditaram pois nunca lhes menti, e esses senhores acabaram por ter juízo e felizmente para eles não perderam tempo com as aldrabices do Tereso.
 
Sendo um facto que alguns países europeus perderam columbófilos até 2008, nada que se possa comparar em termos de percentagem com Portugal, mas esses países deram a volta por cima, não só estancaram os abandonos, como estão hoje praticamente todos numa fase de crescimento, modernizados e com uma columbofilia que pode ser praticada por todos de acordo com as suas preferências ou possibilidades financeiras.
 
Vou apresentar os exemplos da Holanda e da Bélgica.
 
Esses países também estiveram debaixo do mesmo jugo da ditadura e corrupção embora não tão severa como a que os portugueses se encontram em 2001.
 
O que é que aí foi feito:
 
1º Correram com os ditadores, os columbófilos assumiram as rédeas do seu destino, foi implantado o regime democrático onde os dirigentes são eleitos por todos os columbófilos através do sistema de um columbófilo um voto, são dirigentes remunerados, trabalham 8 horas por dia, pagam impostos, tem direitos como qualquer outro funcionário, apresentam contas verdadeiras, não necessitam de desviar o que não lhes pertence como fazem os nossos, contribuem para o estado, o que confere á columbofilia o direito ao respeito e consideração de toda a sociedade.       
 
2º Quadruplicaram – se o número de soltas semanais dando liberdade às colectividades, às empresas e aos privados para organizar campeonatos, efectuar soltas, transportar pombos, decidir se querem ou não prémios monetários, acabaram com as bugigangas passando todas as verbas e dinheiros a circular entre os columbófilos, que inevitavelmente os tornou mais fortes financeiramente.
 
3º Acabaram com as associações (que eram então também meras empresas de transporte) passando estas a funcionar como centros de encestamento, onde o columbófilo chega, paga, encesta os seus pombos, convive com os colegas columbófilos ou não, regressando a casa com a certeza que os seus pombos são tratados com o respeito que lhes é devido, que a solta só se efectuará com condições atmosféricas aceitáveis, e acima de tudo que conhecidos os resultados, o vencedor pode ser felicitado porque ganhou o melhor pombo e columbófilo no dia.
 
4º Porque estão dentro da legalidade, a comunicação social passou a olhar para o desporto columbófilo como uma mais-valia para a sociedade em geral, divulgando assim os resultados obtidos pelos melhores columbófilos, o que lhes confere o direito á merecida recompensa pela sabedoria, trabalho e empenho que dedicam às suas colónias.
 
Devido a essa divulgação, temos hoje dezenas de milionários na europa graças aos resultados obtidos pelos seus pombos que são comercializados pelo seu real valor.
 
Disse que em Portugal tudo tinha sido preparado para que as coisas acabassem na desgraça que temos hoje.
 
Vou divulgar mais um facto que há muitos anos comprovei ser verídico sem qualquer margem para dúvidas porque estive por dentro de tudo.
 
Nenhuma outra empresa ou individualidade em Portugal colaborou mais com a federação (um dia quando a escumalha partir ou for julgada falo – há novamente) como fez a gerência do CIC, então C.N.C. empresa por mim implantada no nosso país, mais tarde cedida a terceiros, na época em que o saudoso Gaspar era o presidente da Federação.
 
Essa colaboração existiu sempre sem que da parte da federação ou da minha parte fosse exigida ou esperada qualquer contra partida.
 
Colaborei porque entendia ser meu dever como empresário do ramo columbófilo, mas nunca pedi qualquer favor em troca ou interferi em qualquer assunto relacionado com o normal funcionamento da federação.
 
No tempo do Gaspar as empresas portuguesas foram sempre tratadas com a dignidade que lhes era devida, fomos sempre incentivados a produzir cá o que então era uma exclusividade das empresas estrangeiras especialmente as belgas, onde nesses tempos até um simples comedouro ou raspador era importado desse país.
 
Porem quis o destino que o Homem que era bom e honesto desaparecesse rápida e inesperadamente.
 
Aí tudo mudou, com o Tereso que nunca foi nem hoje é columbófilo ao leme o barco facilmente se tornou numa presa fácil para a pirataria de origem nacional e estrangeira, que confortavelmente se instalou e ainda hoje permanece no interior da federação com uma única finalidade, que passa por comercializar milhares de toneladas de ração e suplementos para pombos originais das empresas mãe sediadas nos seus países de origem.
 
Eticamente este tipo de procedimento será certamente incorrecto, porem em termos legais nada podia impedir que as empresas Verselle Laga e Natural colocassem os seus representantes no nosso país os senhores Ryon & Valdemar este mais em privado, dentro da federação.
 
Para a felicidade do Tereso, homem que adora o fado e passeios, este foi despachado (cortesia das duas empresas) para uma organização que se auto apelida de f.c.i. passando assim o tempo que devia dedicar a resolver os problemas da columbofilia portuguesa, por essas andanças a gozar e a passear o mundo, enquanto outros chicos espertos de origem nacional e estrangeira se aperceberam que em Mira estava um filão de ouro para explorar.
 
Os principais responsáveis pela exploração dessa que foi uma autêntica mina de ouro até aos últimos anos da década passada, são o José Tereso, o Luis Silva hoje “despromovido” para a associação de Aveiro, o tal senhor que quando eu o confrontei pedindo explicações para os mais de 3 milhões de euros rentabilizados nas inscrições e nos leilões dos pombos de Mira, respondeu de microfone em punho perante dezenas de columbófilos num comício em Vila Real de Santo Antonio, que esses dinheiros tinham sido usados para financiar (subsidiar) as licenças federativas dos columbófilos portugueses. Porem ao consultar os relatórios de contas da federação confirmou – se, que nem um único cêntimo referente a essas avultadas quantias algum dia tinha sido contabilizado ou reflectido nos referidos balancetes.
 
A palavra do homem foi então e continua a ser até ao dia de hoje suficiente para a justiça portuguesa, assim como para aqueles columbófilos que gostam de ser tidos como parvos.
 
Isto aconteceu tambem nas barbas de no mínimo dois agentes da Policia Judiciária que então estavam incorporados nas tarefas de Mira e da Federação mas que nada viram de anormal, pois provavelmente estavam ocupados com outros assuntos mais importantes e do foro privado.

 
Um senhor doutor juiz, presidente da assembleia geral da fpc durante mais de uma década, que até ao dia em que sorrateiramente saiu, também nada viu de anormal.   

O terceiro ainda hoje sempre presente em Mira, e em tudo relacionado com a propaganda federativa, chama – se Eduardo Correia, melhor conhecido como o responsável pelos “puxões de orelhas” aos desobedientes do regime.
 
O jornal do regime, sempre com a boca bem adoçada serviu de garantia para que tudo ficasse em familia.  
 
Ao mesmo tempo que os milhões eram arrecadados e desviados para onde melhor convinha, era necessário criar algo que desviasse as atenções.
 
Para facturar, em termos de propaganda utilizou – se sem qualquer escrúpulo o bom nome dos saudosos Gaspar e Professor Branco.
 
Hoje até a memória do Bom Gigante, o José Torres está a ser usada como arma de propaganda por este doente regime que ainda temos sediado em Coimbra. 
 
Quero aqui narrar mais uma das centenas de promessas da autoria do Tereso que nunca foram cumpridas.
 
Há uns anos atrás tomei a iniciativa de juntar um grupo de amigos columbófilos com a intenção de prestar uma pequena homenagem da parte dos columbófilos portugueses ao agora falecido José Torres, porque a federação de columbofilia a quem competia fazer algo o tinha ignorado até essa data.
 
Nesse convívio apareceu o José Tereso, que mais uma vez de microfone em punho garantiu á família do José Torres e a todos os presentes que no ano seguinte a federação iria organizar juntamente com e FPF uma homenagem nacional, reconhecendo assim o muito que o José Torres nos deu como Homem e desportista.
 
O José Torres ainda permaneceu entre nós durante quatro anos, mas a dita homenagem fica para a história como mais uma das muitas aldrabices que saem da boca do Tereso.
 
Porem o seu bom nome tem vindo a ser usado com fins de propaganda, no sítio da federação ultimamente.
 
Mais uma vez, apelo para que tenham vergonha e respeitem a memória daqueles que já partiram.
 
Outro ponto inadmissível numa sociedade civilizada:
 
Nada melhor que as crianças para desviar o olhar e as atenções do que não convém ao regime. O ser humano é por natureza sensível a tudo que tenha a ver com crianças. Até eu sou.
 
Ao depararmos com toda essa inocência a acariciar os pombos, os mais distraídos chegam a acreditar que afinal os sujeitos mudaram de atitude.
 
Lamento ter que dizer isto mas enganam – se redondamente os que assim pensam. Estamos a lidar com gente sintética.
 
Eu, que os conheço bem, sei que toda essa propaganda, muito utilizada noutros tempos do outro lado da cortina de ferro, ainda hoje em prática em Cuba, no Vietnam e Coreia do Norte, serve - se ao povo como calmante para resfriar a ira das populações injustiçadas.
 
Além disso publicar fotos de crianças (não disfarçadas) na internet nos dias de hoje é de uma irresponsabilidade sem paralelo.
 
Mas vamos admitir que dessas inocentes crianças de idade de infantário ou primeiro ciclo que temos visto publicadas no sítio da fpc, algumas possam vir a ser columbófilos no futuro, o que nunca será antes da idade adolescente ou seja no mínimo dentro de 10 a 15 anos.
 
A pergunta que deixo a toda essa patetice é a seguinte? Onde é que estarão então outros columbófilos, com quem esses jovens possam vir a competir ou as colectividades para os acolher?
 
Ao ritmo e média de abandonos dos últimos 10 anos a columbofilia portuguesa estará extinta dentro de CINCO ANOS, se não agirmos já. Ontem era tarde.
 
Outra pergunta que desejo fazer desta vez aqueles que não me quiseram ouvir quando por inúmeras vezes no passado alertei para o facto de que, o dirigismo que temos apenas e só estar interessado em manter o seu próprio tacho durante as suas vidas, agora digam – me por favor que idade terão o presidente da fpc e das principais associações que são Aveiro, Porto e Lisboa dentro de cinco anos quando isto tudo acabar como está previsto?
 
Onde param agora aqueles que quase me apedrejaram quando por inúmeras vezes escrevi que o Tereso passava tempos a passear, a assistir a derbies e farras por esse mundo fora, quando se exigia que estivesse no nosso país a tratar dos problemas que se foram acumulando ano após ano?
 
Mira 2011 é sem margem para dúvidas a melhor resposta a essa questão porque agora os portugueses tiveram a oportunidade de o ver fazer cá dentro o que ele tem andado há mais de uma decada a fazer lá fora. 
 
Ao longo de muitos anos os columbófilos e contribuintes de Portugal têm vindo a pagar os salários referentes ao tempo que o presidente e outros funcionários públicos seus convidados auferem enquanto passeiam, despesas de avião, hotéis, deslocações terrestres e muito mais para assistir ao vivo a esses derbies, que afinal não passam de autenticas fantochadas com a finalidade de angariar alguns fundos para a fci através de métodos maioritariamente fraudulentos.
 
Agora, por favor estejam atentos, porque referente a Mira 2011 os senhores columbófilos portugueses irão pagar também, as viagens, estadias, comes e bebes, e em alguns casos, outros serviços especiais, para várias dezenas de convidados do grupo internacional da equipa do Tereso os tais meninos da terceira idade que cá estiveram, alguns durante uma semana.
 
Convidados esses, que na maioria dos casos não passam de meros angariadores de pombos nos seus países de origem, para os três derbies do circuito da fci existentes em Portugal que são Cartaxo, Mira, e Tavira, e outro “independente” em Gondomar sobre o qual me irei pronunciar oportunamente. 
 
E logo quatro a comer o estado no nosso país.
 
Alguém disse por aí que o país está de tanga?
 
Por isso caros amigos não esqueçam de licitar esses “craques” nos leilões da federação.
 
Todos os vossos dinheiros vão parar ao sítio certo, livres de IVA ou qualquer outro imposto e ninguém fará perguntas sobre o destino dos mesmos. 
 
E a qualidade dos pombos?   
  
Um campeonato do mundo sem um único nome que conste nos primeiros 100 classificados dos países participantes incluindo o nosso?
 
Num total de 2.500 pombos que após 5 treinos e uma prova de pouco mais de 300 quilómetros fica reduzida a + - 800?
 
Quantos restariam se esses pombos tivessem de participar em mais 4 ou 5 provas?
 
Duvido que restassem 10%!
 
Que qualidade é esta? Não teremos nós por cá quantidade de lixo suficiente?
 
 
Agora para exemplificar mostro a outra face da moeda:
 
Um columbófilo dirige – se ao CIC ou a outro qualquer comerciante do ramo, ou mesmo dentro do grupo de amigos e passa a adquirir uma colonia com 125 pombos – vou usar uma percentagem de 5% dos que estiveram em Mira só para exemplificar.
 
Faz os treinos oficiais, mas após a primeira prova oficial verifica que nos poleiros apenas restam um terço ou seja + - 30 a 35 pombos.
 
Não tenho a menor dúvida que o vendedor ou os amigos acabarão dependurados na árvore mais próxima.
 
Mas que mundo columbófilo este em que vivemos.
 
Irei apresentar brevemente, no máximo dentro de uma semana, um programa de salvação nacional para que a columbofilia portuguesa possa regressar ao caminho do progresso e da verdade.
 
Após uma guerra, a primeira opção é sempre enterrar os mortos (podem ser uma fonte de contaminação),
 
De seguida há que tratar os feridos (os que estão a fazer as malas),
 
Depois vamos refortalecer e animar os sobreviventes (os que estão sempre dispostos a lutar mas nada tem para os motivar),
 
Por fim iremos pensar em repor a população substituindo os que se perderam em combate e se possível aumentar o número, para que possamos estar mais fortes quando e se uma nova guerra for inevitável.
 
Até lá vamos deixar que as nossas crianças, a razão da nossa continuidade cresçam sem qualquer interferência, assumam as suas ideias, ideais, cumpram deveres e obrigações, mas sempre cientes dos seus direitos, que passa acima de tudo pelo direito ao respeito de todo o ser humano civilizado.
 
 
Inácio Oliveira
 
Noticias CIC,

Lobão 09-08-2011.