O que Poderá Salvar o Pouco que Ainda Resta nas Associações Columbófilas.

 

O que poderá salvar o pouco que ainda resta das associações columbófilas.

 

Antes de iniciar o que está proposto entendo que devo informar sobre mais esta interessante faceta da autoria do José Tereso.

Há sete anos atrás escrevi um artigo onde mencionei que um dos principais objectivos do Tereso passava por utilizar a columbofilia como trampolim para a política, tendo ele próprio respondido que para além de um ou outro cargo a nível de junta de freguesia nunca abraçaria qualquer cargo político.

Bem, hoje confirma – se mais uma das minhas projecções do passado. O Tereso acaba de ser incluído no grupo dos boys do actual governo, em substituição de outro que fez parte do governo anterior como director do A.R.S.

Ora aqui está, um mandato de quatro anos, dá direito a mais uma choruda reforma a somar às outras duas, nada mau para alguém que tem vindo a chefiar uma federação que durante os seus mandatos contribuiu para o défice nacional em aproximadamente 15 milhões de euros, para custear os portes dos postais dos pombos anunciados que foi e continua a ser o único serviço que a fpc presta á columbofilia portuguesa.    

Afinal o homem tem razão – a columbofilia é linda, para ele e mais meia dúzia de capangas.

Isto é uma excelente recompensa para alguém que nada mais fez do que viajar pelo mundo a assistir aos derbies de uma porcaria que se apelida de f.c.i. com salários, viagens, estadias e outras benesses pagas com os dinheiros dos columbófilos e contribuintes portugueses.

O espelho dos lideres que escolhemos!

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Vamos ao que realmente interessa.

Queremos mais e melhores columbófilos, menos pombos mas sem qualquer imposição em termos de liberdade, recenseamentos forçados, com condições para que todos dentro das suas possibilidades possam praticar a columbofilia através da implantação de várias opções de competição.     

O motivo do descalabro associativo, o outro responsável pela debandada dos columbófilos, e o plano de acção para que as associações evitem o inevitável ou seja o encerramento de todas elas a muito curto prazo.

 

Ao longo dos anos as associações columbófilas deste país funcionaram como autênticos bordéis geridas pela chulice, comandados pela (s) madre “teresas” de Coimbra.

Vinte viagens a transportar pombos por ano foram suficientes para que as colectividades e os columbófilos nunca lhes faltassem com o pão nosso de cada dia.

Em troca os columbófilos pagaram sem bufar as exorbitantes quantias que lhes foram exigidas para que essa “chulice” (não vejo outra forma de os apelidar) investissem em camiões e galeras muitos adquiridos em sucatas ou importados do estrangeiro através de negociatas pouco claras a preços de, e para “amigos”.

Esses monstros + - 60 no total maioritariamente com capacidade para transportar 30 + toneladas de carga o que triplica os custos relacionados com combustíveis, manutenção, pneus etc, quando o máximo que se exige para transportar 8 mil pombos é um transporte com capacidade para 10 toneladas no máximo, ficando 50% desses monstros inactivos durante 345 dias por ano, outros 30% inactivos durante 355 dias por ano e os restantes 20% em descanso permanente durante 365 dias por ano nos estaleiros dessas casas de prostituição columbófila.

Ao longo dos anos os columbófilos receberam a factura através das suas colectividades que lhes entregaram o cheque em mãos, e não bufaram.

Excelente exemplo e motivação para que os columbófilos não abandonem a actividade columbófila.

Construíram - se prédios, alguns autênticas aberrações com salões nobres, salas de reuniões que raramente são utilizadas, que também custaram milhões aos columbófilos portugueses. Esses monstros têm vindo a ser utilizados para 10 ou 15 reuniões de direcção anuais, ocupados por uma ou duas funcionárias (os) que não sabem o que fazer ao tempo (embora algumas já tenham aprendido com Coimbra) durante nove meses por ano.

Os columbófilos são convidados uma vez por ano para assistir aos derbies realizados nesses locais, as sedes das associações, para comprar os pombos que sobram nos leilões presenciais após a realização da prova dos ditos derbies.

Fora disso não são autorizados a por pé nessas instalações, mesmo quando são vítimas de alguma injustiça ou caso pretendam obter algum esclarecimento, são sempre redireccionados para as colectividades porque esses sujeitos não estão lá para resolver os problemas de ninguém, mas sim para dar ordens sempre a ser cumpridas pelos servos.  

Os columbófilos através das suas colectividades pagaram e não bufaram todos esses milhões.

Excelente exemplo e motivação para que os columbófilos não abandonem a actividade columbófila.

Para o transporte dos pombos contrataram – se funcionários a termo temporário sem seguro de trabalho, descontos de qualquer espécie, que não recebem horas extraordinárias, muitos deles com empregos fixos, o que os obriga a descarregar a carga (soltar os pombos) com qualquer tipo de condições atmosféricas, porque esses homens tem que estar de volta no seu emprego á segunda – feira.

Resultado: dezenas de soltas desastrosas todos os anos que dizimam as colónias dos columbófilos, sempre obrigados a recomeçar de novo ano após ano.

Pergunta – se: onde é que estão os pombos campeões de fundo em todo o país com mais de 2 a 3 anos de idade? A resposta é só uma, ou tiveram a sorte de ser adquiridos a tempo pelo CIC, ou fracturaram uma asa no treino á volta do pombal, ou então perderam – se á semelhança de todos os outros que se destacaram durante os últimos 10 a 15 anos. Se não ficam lá hoje, ficam de certeza absoluta amanhã.

Esse é inevitavelmente o destino de todos os pombos campeões, especialmente os de fundo neste país, que, caso fossem tratados com o respeito que lhes é devido, podiam ser bem rentabilizados pelos seus proprietários, servindo assim de motivação não só para os seus donos mas ao mesmo tempo para quem os observa que tentariam fazer igual ou melhor.

Assim o columbófilo português não tem outra alternativa senão recorrer aos campeões que o estrangeiro tão bem sabe criar, manter e proteger para depois os comercializar a nós e aos outros por preços exorbitantes.   

Pombos com valor comercial de muitos milhões de euros têm vindo a ser ano após ano, assassinados pelos homens que gerem essas casas de prostituição columbófila, todas sem excepção, as associações columbófilas no país, com maior destaque para Aveiro, Braga, Porto, Lisboa, Santarém e Faro. 

Excelente exemplo e motivação para que os columbófilos não abandonem a actividade columbófila.

Colectividades exploradas pelas associações, abusadas tratadas como lixo sem qualquer hipótese de progredirem porque essas casas lhes sacam não só o couro e cabelo mas lhes sugam também o sangue com uma única intenção e objectivo:

Manter os columbófilos o mais miseravelmente possível para que o controle possa ser mantido sujeitando – os a calendários de conveniência sem alternativas, soltas em locais que favorecem uns em detrimento doutros, obrigando – os a levar a cabo todas as tarefas relacionadas com a actividade tais como lavagem e limpeza de cestos, carregamento dos pombos para as concentrações, transferência para os camiões das associações, encestamentos, preparação de mapas, pagamentos adiantados ou no mínimo inscrições obrigatórias antes do inicio da campanha para as provas de fundo, porque assim mesmo que lhes matem os pombos com algumas soltas desastrosas no inicio da campanha o que sempre tem vindo a acontecer, os columbófilos são obrigados a pagar pombos que já não tem para mandar às provas de fundo e alguns mesmo às provas de meio – fundo.

Excelente exemplo e motivação para que os columbófilos não abandonem a actividade columbófila.

Os campeonatos gerais mataram a nossa columbofilia. Escrevi – o e tenho vindo a lembrar há mais de 10 anos que esse abuso teria que acabar.

Aqui está o resultado do efeito que os sacos de ração e medicamentos gratuitos que os senhores dirigentes associativos sempre tiveram ao dispor da parte das empresas sediadas em Espinho e no Taveiro para que mantivessem os campeonatos gerais a todo o custo.

Excelente exemplo e motivação para que os columbófilos não abandonem a actividade columbófila.

As contas e balancetes que, de vez em quando apresentam aqui ou ali, são todas sem excepção uma autêntica fraude em todos os aspectos incluindo a parte fiscal, assim como a adulteração irresponsável e vergonhosa do número de columbófilos no activo. 

Excelente exemplo e motivação para que os columbófilos não abandonem a actividade columbófila.

Será assim que pretendem manter, fazer regressar ou chamar mais columbófilos para esta actividade?

Assim caros sujeitos, isso nunca será possível!

 

O que pode e deve ser feito a nível associativo para salvar o pouco que resta e reiniciar a penosa missão de manter os poucos que por aí ainda andam meio atordoados porque muitos nem querem acreditar no que lhes está a acontecer.

Queremos mais e melhores columbófilos, menos quantidade de pombos, mas sem qualquer imposição em termos de liberdade, recenseamentos forçados, com condições para que todos dentro das suas possibilidades possam praticar a columbofilia através da implantação de várias opções de competição que passam por entre outras:     

1º Imediatamente largar mão do monopólio do transporte dos pombos que é o único serviço, se é que lhe podemos assim chamar, que essas casas prestam á columbofilia deixando as colectividades decidir se querem ou não continuar como estão ou se preferem organizar e levar a cabo os seus campeonatos dentro do país, usando para o efeito os seus próprios transportes.

Será um processo que levará dois ou três anos a implantar, mas poderá ter início imediato. As colectividades que decidirem continuar mais algum tempo com as associações podem inscrever pombos normalmente. Outras que decidam mudar imediatamente podem dar inicio á organização de provas de acordo com a vontade da maioria dos seus associados. 

2º Iniciar um novo processo com separação de poderes para que possamos ter mais e melhor columbofilia como por exemplo 10 a 12 provas de fundo e grande fundo, com encestamento nas instalações das associações, assim como em duas ou três colectividades seleccionadas para o efeito no caso das associações de maior dimensão, mas sempre debaixo da supervisão e responsabilidade de representantes associativos.

Estas provas devem ter lugar entre finais de Março até á primeira ou segunda semana de Junho, semanalmente sem interrupções. Caberá aos amadores a responsabilidade de seleccionar os pombos a participar em cada prova, que obviamente terá que ser de 15 em 15 dias.

3º A organização do fundo e o grande – fundo deve ser da exclusiva responsabilidade das associações, e da federação no caso das provas a contar para os nacionais, sendo que em nenhuma circunstância estas últimas provas que contam para os nacionais deverão ser efectuadas a distâncias inferiores a 450 quilómetros.

4º Ao mesmo tempo levar a cabo um levantamento tipográfico de todos os pombais no activo, demarcar áreas sem recorrer às existentes fronteiras de concelhios ou de distritos mas sim onde se encontra o maior número de columbófilos, criar zonas de competição o mais próximo possível uns dos outros, no caso dos grandes distritos digamos com aproximadamente 100 columbófilos por zona o que parece razoável. Assim teremos mais verdade desportiva, maior número de vencedores de primeiros prémios, mais quantidade de campeões, enfim tudo aquilo que todos os columbófilos sem excepção anseiam por vir a conseguir alcançar.

Exemplo: num distrito como o de Aveiro podemos ter 10 a 15 campeões distritais em vez do actual único campeão que quase sempre é apenas e simplesmente o mais bem posicionado.

5º Inscrição com 8 a 10 dias de antecedência para os interessados em participar no fundo e grande – fundo que assim sabem de antemão ter de se deslocar aos locais de encestamento designados para o efeito.

Implantar um sistema de apostas não obrigatório para quem quiser ou entender jogar, sem descriminar os que não podem, não querem ou discordam deste método. 

 

6º Como reconhecimento não oficial e a título informativo podemos ter como acontece na Holanda a divulgação do pombo com a média mais alta em cada solta.

7º O limite de pombos a encestar deve ser igual para todos, com um único recenseamento. Tendo em conta o nosso longo historial 30 pombos parece um número justo para todos, não esquecendo que a participação nestas provas de longa distância será facultativa e não obrigatória como acontece com os campeonatos gerais actuais.

8º Só deve ser encorajado a participar no fundo e grande fundo aqueles que tem tempo, colónias devidamente preparadas para o efeito e condições financeiras para competir a esse nível.

Os principiantes, especialistas na velocidade e meio – fundo podem competir a nível de colectividade e agrupamentos a formar entre as mesmas.

Uma colonia formada á base de 50 a 60 pombos, a encestar 30 pombos por prova será suficiente para que qualquer columbófilo possa competir em pé de igualdade e ser campeão contra qualquer que seja a quantidade de pombos que alguns dos seus colegas possam ter nos seus pombais.   

Aqui também teremos maior número de campeões, mais vencedores de primeiros prémios, mais gente feliz, maior motivação.     

Assim teremos uma columbofilia mais justa, livre e democrática que incentivará tudo e todos.

Em épocas de crise como a que actualmente atravessam os desempregados não necessitarão de abandonar a modalidade. Uma colonia com 50 efectivos a competir a nível local pode ser facilmente suportada.

Com os campeonatos gerais em vigor, nenhum praticante tem qualquer hipótese de obter sucesso se não tiver 150 a 200 pombos dentro do pombal voador, mais 20 a 30 na reprodução o que significa uma despesa a rondar 400 euros mensais.

Quantos desempregados conseguem suportar tais custos? 

Quantos têm condições financeiras mesmo os que tem emprego estável para suportar estes encargos?

Quantos jovens que aspiram iniciar a actividade tem este tipo de mesada?

Não será certamente necessário ser doutor para ver estes factos a não ser que esse senhor doutor esteja empanado nas laterais como é o caso do sujeito que temos em Coimbra.

O que acabo de escrever é baseado no melhor que sei fruto da minha escola columbófila que se estica por mais de 50 anos, milhares de contactos e troca de impressões constantes com columbófilos em todos os cantos do país.

Inácio Oliveira

Noticias CIC, Lobão 11-10-2011.