Como rentabilizar os casais reprodutores.

Como rentabilizar os casais reprodutores.

 

Neste e nos próximos episódios irei abordar pontos de interesse para a maioria dos columbófilos especialmente os principiantes, injustamente ignorados devido às indispensáveis chamadas de atenção relacionadas com a criminalidade no dirigismo que temos, que tem ocupado grande parte do meu tempo.   

Truques e métodos úteis que podemos pôr em prática no pombal reprodutor, infertilidade nos machos e fêmeas, novas doenças e alguns tratamentos que fazem a diferença, columbófilos portugueses versus columbófilos belgas e holandeses, enfim vou – me debruçar sobre algo diferente do habitual porque também eu estou a ficar cansado e farto de bater no burro.
O Pessoa tinha razão quando escreveu que educar burros será tarefa impossível, o melhor que conseguimos será mante – los ocupados, diminuído assim o tempo disponível para que não possam contaminar outros com a sua doença genética.

Todas as colonias têm o seu macho base ou pombo favorito no pombal reprodutor. Será de esperar que o criador pretenda tirar o máximo proveito desse super pombo.

Nem todos sabem ou tem condições para por em prática o sistema do touro mas existe outra forma mais prática e menos desgastante e dispendiosa para os rentabilizar.

No nosso caso temos que reproduzir pombos para voar dos casais de topo assim como consanguíneos do mesmo macho ou fêmea em simultâneo para a reprodução enquanto todos estão acasalados e a reproduzir simultaneamente.

Como fazemos: tudo deve ser preparado no acto do acasalamento colocando os casais que pretendemos rentabilizar mais, no casulo certo. No nosso caso temos secções com 9 casulos, 3 na vertical e 3 na horizontal. Para simplificar vamos numerar- los de 1 a 9, começando pelo 1º na fila de cima da esquerda para a direita que é o nº 1, nº 2 ao centro e nº 3 á direita.

Na fila seguinte temos o nº 4 á esquerda, nº 5 ao centro e nº 6 á direita.

Na ultima fila temos o nº 7 á esquerda, o nº 8 ao centro e o nº 9 á direita.
 

Colocamos os casais que pretendemos obter rentabilização extra, nos casulos nº 2, 5, e 8, ou seja todos no casulo central em linha vertical.

Nos casulos nºs 1, 3, 4, 6, 7 e 9 formamos casais cujas fêmeas estejam previstas a reproduzir também em segundo plano com os machos dos casais nº 2, 5 e 8. No nosso caso estas são sempre as irmãs, as mães ou tias dos machos que ocupam os casulos nº 2, 5 e 8.

Todos os 9 casais nesta secção reproduzem uma rodada normalmente, nunca iniciamos a troca com casais novos antes que estes tenham criado no mínimo uma rodada completa. Todos os 9 casais são o que julgamos ser casais de qualidade, os três especiais a que me refiro, no nosso caso apenas os utilizamos também para reproduzir pombos consanguíneos.

Exemplificando com três casais em fila horizontal:
Quando julgamos ser oportuno, o que para nós acontece quando os casais nº 2, 1 e ou nº 3 tem borrachos com mais de 15 dias, retiramos do pombal em simultâneo a fêmea do casal nº 2 alojado ao centro deixando o macho sozinho para acabar de criar os filhotes, e o macho do casulo ao lado que pode ser o ninho nº 1 ou o nº 3 ficando a fêmea para acabar de criar os seus filhotes.

Esses quatro borrachos ainda não totalmente criados e outros no mesmo pombal com idade idêntica são colocados no chão do pombal com ração e água ao dispor, e passam a ser alimentados pelo grupo que baralhados deixam de saber quem é, ou não, filho deles.

Muito importante:
Aos machos dos casulos 2, 5, e 8 nunca é permitido ocupar qualquer outro casulo ao lado que deve ser fechado logo após a retirada do macho, passando a sua parceira a ocupar um poleiro.

Passados dois ou três dias a fêmea viúva junta – se, sem que seja necessário forçar o acasalamento, ao macho do casulo ao centro e passados 7 a 8 dias põe ovos nesse casulo ao centro, ovos que são passados para casais amas tidos especialmente para o efeito.

No dia seguinte abrimos o casulo e devolvemos o macho da fêmea utilizada ao pombal, assim como a fêmea do casal especial ao macho no casulo ao centro, e tudo volta á normalidade. Na próxima rodada repetimos o mesmo procedimento mas com a fêmea do lado oposto.

Com este processo conseguimos criar num só ano 30 ou mais borrachos filhos de um só macho e 10 a 12 filhos de cada fêmea.

No próximo artigo vou desvendar algo que sem qualquer recurso a qualquer medicamento ou droga fará com que 80% dos machos considerados inférteis mesmo com idade avançada possam reproduzir normalmente.

 

Inácio R. Oliveira
 

CIC Noticias, Lobão 20-01-2012.