Uma luz ao fundo do túnel, Iniciada a democratização da columbofilia portuguesa

Uma luz ao fundo do túnel, a democratização da atividade columbófila em Portugal já arrancou no Algarve. 

A Associação Columbófila do Distrito de Faro acaba de tomar medidas inéditas a bem da columbofilia algarvia e nacional.

Já nas próximas eleições os dirigentes algarvios passarão a ser eleitos pelos columbófilos através do tão desejado sistema - um columbófilo um voto.

Liberdade total para as coletividades do distrito que pretendam organizar os seus próprios campeonatos - poderão efetuar as soltas que entenderem em qualquer ponto do território nacional desde que solicitem autorização á associação para o efeito.

Abertura ao setor privado que poderá também organizar e pôr em prática soltas de pombos – correio em território nacional, que serão autorizadas pela Associação.

Aqui estavam os três cancaros da columbofilia nacional. Felizmente os algarvios acabam de tomar medidas para curar esta doença maligna que quase erradicou a atividade columbófila do mapa nacional. Tantas vezes no passado por mim criticados, hoje os homens que estão á frente dos destinos da columbofilia algarvia merecem o aplauso de todo o columbófilo e ser humano que se digne ser democrata.

Coimbra ferve de raiva - devia era fazer o ato de contrição e mostrar no mínimo arrependimento pelas atrocidades que há mais de 12 anos têm vindo a cometer contra os columbófilos do país.

As associações do Porto, Aveiro e Lisboa fumegam pelos olhos – não o deviam fazer, pois aprender é um dever de todo o cidadão por mais velho que seja, até ao fim da vida.

Há 12 anos que tenho vindo a apontar esse caminho como único para a nossa sobrevivência, os algarvios finalmente escutaram, e vocês, Porto e Aveiro deviam fazer o mesmo, muito, muito rapidamente.

Os homens não se regem pelo ódio, aceitam que erraram e reconhecem aqueles a quem está provado que tinham a razão do seu lado.

Chegou a hora da verdade, não adianta mais lançar números de columbófilos fictícios, encher os transportes com segundas, terceiras, e quartas e mais equipes por columbófilo, diminuir número de pombos por caixa etc, porque mesmo com todas essas engrenagens metade da frota ficará parada.

Será assim tão difícil de compreender que os columbófilos abandonaram porque discordaram desse vosso projeto que os levou á calamidade onde se encontram?

Esses ex columbófilos não morreram todos, embora reconhecendo que alguns abandonaram nos últimos dois anos devido á crise financeira que o país atravessa porque não conseguem suportar colonias de 200 e mais pombos que o vosso projeto desportivo obriga a manter, eles continuam aí muitos deles desejosos de poder regressar ao seio da columbofilia.

Sigam o exemplo do Algarve, abram as portas que muitos deles regressam a curto prazo, outros a médio prazo e os principiantes poderão planear também o seu futuro de acordo com os variados projetos desportivos ao dispor.

Mais a norte temos Braga e Viana a quem pergunto mais uma vez – lutar contra o impossível para quê? Tem distâncias para 500 e mais km em território nacional. Trocar parte da frota por transportes de menor dimensão, colocar ao dispor um calendário com 20 provas nacionais, unir os dois distritos para o transporte e soltas a efetuar de fundo, será assim tão difícil de colocar em prática? Libertar as coletividades que possam ter projetos próprios, isso, nada afetará as associações, assim como abrir as portas aos privados com vontade de arriscar só é positivo para o desenvolvimento do desporto.

Voltarão a ser merecedores do respeito dos columbófilos que após o ato eleitoral, só lhes resta respeitar e aceitar o projeto apresentado por aqueles que escolheram para gerir a columbofilia durante 4 anos.

Outros distritos que não mencionei podem e devem seguir o mesmo caminho, não há outro possível.

No próximo artigo irei falar sobre Portalegre, distrito que embora ainda longe de atingir o objetivo desejado, já tem em prática algo diferente dos outros, que merece ser realçado. Pelo menos aqui já existem 14 provas (ainda poucas) no calendário de velocidade e meio – fundo ao dispor dos seus associados que por qualquer motivo não possam participar no fundo e grande – fundo.

Inácio Oliveira

Noticias CIC, Lobão 18-12-2012.