O RDN e o próximo Congresso

Fóruns: 

Provavelmente já lerem os comentários ao RDN. No meu caso a sua leitura levou-me a mais comentários:

Artigo 2.º - alínea d)
As colectividades e as associações devem submeter o seu calendário desportivo à homologação da FPC.

R: A interpretação dada não é única. Cada colectividade pode ter um plano de concursos diferente da Associação. A vossa interpretação é no sentido de diminuir os direitos dos clubes, e manter os camiões das Associações cheios. Mais à frente o artigo 5, Capítulo II, tira-nos as dúvidas.

Sobre a inscrição (artigo 8º e 10º) deve ser efectuada para cada concurso e apenas relativa aos pombos que vão participar no concurso

R: É bastante claro que as colectividades podem ter o prazo de inscrição que entenderem, e inclusive podem practicar um sistema de inscrição semanal. Nada o impede. O mesmo se aplica às Associações. Aliás o sistema existe na especialidade de Fundo em alguns distritos e deveria ser assim nas restantes especialidades.

Daqui que resulta que:
- tem de aceitar-se a distinção entre os dois concursos que são realizados a partir da
mesma solta: o distrital organizado pela associação e o da colectividade, organizado
pela colectividade;
- tem de aceitar-se que, quer a associação, quer a colectividade devem proceder à
regulamentação do próprio concurso, não devendo colidir o regulamento da colectividade com o regulamento da associação e nenhum deles deve colidir com o Regulamento Desportivo Nacional.

R: concordo.

A confusão estende-se ao conceito de participação sobretudo no concurso distrital.
No momento actual em todas as colectividades e associações a participação no concurso distrital é “automática” a partir do momento em que alguém se inscreve numa colectividade com a intenção de aí concorrer.
Ninguém pergunta em qual dos concursos o concorrente pretende participar e sem liberdade de escolha e sem informação não há liberdade de concurso.
O concurso onde o columbófilo concorre sem saber ou sem querer especialmente concorrer perde, necessariamente, qualidade e prestígio.

R: é verdade, mas na columbofilia uma minoria pretende promover-se à custa de uma grande maioria que apenas envia por enviar. Deveria ainda existir liberdade de escolha entre pagar ou não pagar quantias chorudas por pombo para prémios que nunca poderá disputar. Ética?

Não é pensável que este concorrente, em fase de iniciação, concorra num concurso com o nível do concurso distrital.
O mesmo se diga do concorrente médio que não tem pretensões a grandes voos.
É legítimo e é, até, salutar que haja columbófilos que não vivam para grandes prémios.

R: então não seria também uma boa medida proibir as Doublagens?. Falta-lhes coragem para agir correctamente?.

O número de pombos em concurso não é de facto uma questão que deva ser resolvida no regulamento desportivo reservado às questões do domínio ético, da verdade desportiva e da igualdade entre todos os concorrentes.

R: permita-me discordar. As questões de domínio ético deveriam ser salvaguardadas na FPC/RDN, pois o próprio estatuto da mesma a isso a obriga:

“Desenvolve, ainda, estas competências, tendo como pano de fundo as tendências
internacionais para assegurar e promover a ética desportiva”

assim como nos estatutos de quem lhe é superior:

http://www.cdp.pt/confederacao/objectivos.html

“j) Promover os valores de ética e espírito desportivos, apoiando todas as formas de luta Anti-Dopagem bem como no combate a todas as formas de corrupção e de violência associada ao desporto. “

Aqui tem sido a nossa maior falha.

A seguir o texto continua a defender o encher dos carros das Associações. A solução ética/desportiva é simples: criar um recenseamento desportivo acessível a uma grande maioria (eu diria 40 a 50 pombos). Depois permitir a inscrição livre (todos recebem a classificação), mas apenas contam para o campeonato do pombo e do columbófilo os pombos contidos no recenseamento desportivo (o limitado). Esta seria a solução ideal. A solução de permitir enviar qualquer quantidade e designar uns poucos (5 a 10) não traz verdade desportiva. Quem mais envia tem mais probabilidade de ter pombos a disputar os melhores voadores etc. Terminar com as doublagens e equipas.

No final refere ainda o problema das Equipas. Já escrevi sobre este tema e a confusão que anda para aí. Pergunto: a FPC sabe do que se passa?. Que medidas tomou em relação aos Distritos que permitem a transferências de pombos entre equipas?.

É claro que para melhorar o RDN são necessárias as definições de Equipas etc. Nada disso existe e portanto a liberdade de interpretação é bastante maior que o que seria desejável. O RDN está mal redigido e pelas introduções que vão propor irá continuar manco… O que nasceu torto tarde ou nunca se endireita…

Belmiro