O que deve e pode ser feito a curto prazo.
Os desafios que enfrentamos levam a que não seja possível perder mais tempo a discutir o que pessimamente foi feito no passado.
O futuro da columbofilia portuguesa é negro e os novos dirigentes que inevitavelmente virão terão muito trabalho e tarefa nada fácil pela frente.
A nível federativo julgo que não resta outra alternativa senão a demissão em bloco de quem lá está. Por cada dia que passa é mais um prego pregado no caixão que eles próprios construíram.
O “status” em que nos encontramos não é justo para nenhuma das partes, mesmo para os dirigentes federativos, director de serviços, a situação transformou – se num autêntico calvário.
Há dias um senhor dirigente federativo descrevia – me o seu estado de espirito da seguinte forma: ao entrar naquele elevador cheira – me a carne podre, morta.
Os novos dirigentes, não será difícil encontrar juventude competente para recomeçar tudo de novo, porque infelizmente o que mais temos são jovens columbófilos qualificados e mesmo licenciados sem emprego.
Se voltarmos a cometer o erro da carolice voltaremos á estaca zero. A carolice facilita e incentiva o recurso ao crime. Hoje ninguém neste mundo trabalha gratuitamente, só um “Zequinha” acredita nisso.
O (A) presidente (porque não alguém do sexo feminino?) deve ser alguém a tempo inteiro, devidamente remunerado que passe a ocupar o cargo de director de serviços em simultâneo, com mais três ou quatro subdirectores/as, a trabalhar em equipa também devidamente remunerados.
A federação deve funcionar em horas de expediente ou seja das 9 às 17 horas como funcionam todas as outras.
Nunca mais permitir que, qualquer empresa ligada ao ramo columbófilo venha a interferir ou a influenciar as decisões de quem aí trabalha. O único relacionamento com essas empresas deve passar apenas e só pela venda da publicidade em tudo que diz respeito á federação incluindo o sítio oficial da instituição, e por patrocínios que possam ser usados nas provas a contar para os campeonatos nacionais. Esses patrocínios devem ser em numerário ou produtos colocados ao dispor da federação antes da realização das ditas provas. Evitar abusos e vergonhas do passado.
Os interessados nos patrocínios ou na publicidade devem ser chamados a concorrer através de proposta em envelope selado, a ser aberto em simultâneo na presença de todos os intervenientes incluindo os representantes das empresas envolvidas.
Os empresários onde eu me incluo, funcionam como um autêntico vírus dentro de qualquer instituição. Vamos ser honestos: o nosso objectivo é só um: facturar!
Cabe á direcção impor limites, respeito e ordem na casa.
A federação foi muitas vezes por mim, indevidamente atacada. A instituição não tem culpa das asneiras cometidas por quem a tem vindo a gerir, deve voltar a ser a autoridade máxima da nossa columbofilia, respeitada por todos com argumentos validos e poderes para actuar mesmo judicialmente se necessário contra quem sem razão venha a denegrir o seu bom nome.
Mas será necessário voltar a repor esse bom nome que há mais de uma década não existe, e jamais poderá vir a ser restituído com os inúmeros rabos-de-palha que por lá andam.
A federação não deve ser um impedimento ao progresso, pelo contrário deve apoiar e incentivar tudo que seja a prática da columbofilia, a nível de colectividade, privado, empresarial. A columbofilia rege – se pela oferta em termos de solta de pombos.
Se não se pode efectuar soltas, como pode haver columbofilia? Como pode haver columbófilos se não há columbofilia?
Só estes dois parágrafos no regulamento desportivo são responsáveis pelo abandono de milhares de columbófilos. Isto é de uma irresponsabilidade apenas própria de um qualquer regime ditador.
Se lermos atentamente o que em baixo está escrito, basta que dois columbófilos amigos efectuem uma solta de treino em simultâneo sem a dita autorização prévia da federação e da associação, para que possam ser considerados criminosos. Isto é o cúmulo da vergonha!
1 - Nenhum concurso ou solta colectiva de pombos-correio, seja ele qual for a sua natureza, se
poderá realizar sem prévia autorização da F.P.C. e parecer da respectiva Associação
Distrital ou Regional.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior as Colectividades só poderão organizar e/ou
participar em concursos ou soltas colectivas desde que previamente autorizadas nos termos
do disposto no presente regulamento, através dos meios e serviços da Associação Distrital
onde se achem inscritos.
Acham que vale a pena perder tempo apresentar requerimento a uma associação para que uma qualquer colectividade ou outra entidade possa organizar soltas de pombos?
Voltando á federação: as funções dessa instituição passam essencialmente pela defesa dos direitos dos seus associados que são os columbófilos e o pombo – correio.
Uma federação gerida por gente séria e responsável não irá comercializar pombos, criar empresas paralelas com os dinheiros dos associados, fazer concorrência ás empresas do ramo, comprar pombais no estrangeiro quando não temos trabalho para os nossos concidadãos, organizar campeonatos ditos de selecções internacionais com pombos oriundos maioritariamente de colonias sem qualquer valor, só porque necessita de algo para justificar os dinheiros recebidos do estado e sacar os dinheiros aos columbófilos menos atentos.
Uma federação gerida por gente séria e responsável não importa pombos nem incentiva a importação dos mesmos, pelo contrário tenta exportar o que é nosso e divulga lá fora tudo que é nacional.
Uma federação gerida por gente séria e responsável não importa pombos clandestinamente, sem qualquer controle veterinário ou fiscal que chegam ao país nos transportes de rações das multinacionais sediadas no nosso país.
Uma federação gerida por gente séria e responsável não contamina as colonias dos seus associados com pombos oriundos dos quatro cantos do mundo portadores de doenças graves mesmo para os humanos que nunca cá tivemos.
Uma federação gerida por gente séria e responsável não só estaria atenta às movimentações das organizações que defendem os direitos dos animais como tomaria medidas necessárias para impedir que essas organizações venham a curto prazo ter argumentos para impedir a prática da columbofilia.
Uma federação gerida por gente séria e responsável incentiva a implantação de campeonatos com número de provas suficientes em todas as especialidades para que possamos competir a nível internacional em termos olímpicos com a maioria dos países que tem calendários com 10 ou mais provas em cada especialidade.
Como é possível o nosso país ganhar algo a nível internacional com toda esta desigualdade? Um pombo no nosso país tem 6 provas para provar o seu valor em cinco dessas provas.
Um pombo em praticamente qualquer parte do mundo tem no mínimo 10 provas para provar o seu valor em cinco dessas provas. É assim que querem promover o pombo português internacionalmente?
Uma federação gerida por gente séria e responsável sabe que um título de Pombo Olímpico trás dinheiro e muito para o seu proprietário, prestigio para o país, serve de incentivo para os principiantes e mesmo outros columbófilos que tudo farão para repetir o feito.
Que interesse há em andar a passear o mundo anualmente com dezenas de pombos que antes de saírem de casa já se sabe que nada ganham porque não lhes foi dada a possibilidade de mostrar o seu real valor?
Que utilidade tem este procedimento sabendo – se que devido ao contacto com pombos de todos os continentes, na maior parte dos casos que esses pombos regressam aos seus pombais sempre de mãos a abanar, contaminados por doenças que nunca dantes tivemos no nosso país?
Uma federação gerida por gente séria e responsável trabalha em prol dos seus associados que lhe paga para o efeito, e não os utiliza para proveito próprio.
Uma federação gerida por gente séria e responsável serve de exemplo no cumprir de obrigações sejam elas de ordem fiscal ou de qualquer outra natureza e em nenhuma circunstância incentiva os seus associados a desobedecer ou a infringir as leis do seu país.
Uma federação gerida por gente séria e responsável defende a vida e cria condições saudáveis para o bem-estar do pombo através do diálogo e celebração de acordos com as organizações de caça que praticam o seu hobby 7 dias por semana em época de concursos, com os serviços veterinários que continuam de mãos atadas sem condições para trabalhar, com os respectivos ministérios com poder de decisão para a implantação desses serviços, legalização dos pombais etc.
Uma federação gerida por gente séria e responsável com um orçamento de 600 mil euros pode sem qualquer problema utilizar 50% desse montante em salários a pagar a jovens licenciados com motivação, experiencia columbófila, com vontade e força de vencer, mas que estão no desemprego, cortesia dos velhos sem necessidades de ordem financeira, viciados, incompetentes que lhes roubam o direito ao merecido emprego.
Uma federação gerida por gente séria e responsável não compra e controla a comunicação social da especialidade.
Uma federação gerida da forma que acabo de descrever trará de volta 4 a 5 mil columbófilos dentro de três a quatro anos!
A médio prazo:
Falei em funcionários bem remunerados mas obviamente para trabalhar e não para fazer sexo durante as horas de trabalho.
A federação deve no futuro organizar e levar a cabo o máximo possível de provas de fundo a contar para o nacional. Tendo em conta o nosso posicionamento geográfico será uma aberração dar seguimento ao que tem vindo a acontecer.
As provas nacionais deverão ser efectuadas por zonas com soltas diferentes. Nacionais com amadores de Chaves a competir com os algarvios dá vontade de rir, não tem qualquer verdade desportiva daí o pouco interesse que estas despertam.
Obrigar as associações a norte a efectuar soltas na linha leste só porque a federação pretende soltar uma vez ao ano em Barcelona, onde praticamente ninguém participa, é desumano para os pombos e injusto para os columbófilos.
As soltas de fundo para todos os distritos a norte de Coimbra devem ter lugar a sul sudeste e nunca acima de Granada.
A federação pode organizar varias soltas a contar para o nacional para estes distritos nesta linha que por norma é dura mas as percas são mínimas.
Para o sul do país Algarve e parte do Alentejo soltas a norte na linha da Corunha.
Para os distritos geograficamente situados ao centro aqui as soltas a leste são o ideal porque os pombos nesta linha evitam facilmente o terreno montanhoso. Assim teríamos os verdadeiros campeões nacionais por zonas. Com as nossas condições geográficas uma qualquer tentativa de por em prática um campeonato nacional com soltas em simultâneo para todo o país nunca passará de uma mera brincadeira de crianças, que a nenhum adulto minimamente experiente poderá interessar.
Para que estas provas tenham credibilidade e venham a ser aceites pela maioria dos columbófilos a federação terá que assumir a total responsabilidade pela recolha, transporte e solta dos pombos.
Para isso serão necessárias novas instalações.
Uma federação columbófila encurralada num andar no centro de uma cidade nunca poderá funcionar.
As instalações actuais da federação foram adquiridas tendo em conta as necessidades dos dirigentes que vivem ou tem os seus empregos nas proximidades e não para salvaguardar os interesses da columbofilia e dos columbófilos.
As instalações da federação devem estar situadas numa zona industrial ou semi – industrial onde conste para além dos indispensáveis escritórios um pavilhão onde se possam efectuar reuniões, convívios e acima de tudo a recolha dos pombos para as provas a contar para os nacionais.
Sim meus senhores, a federação deve assumir e levar a cabo todas as tarefas relacionadas com as provas a contar para os nacionais.
Aos columbófilos que aí se possam deslocar para encestar os seus pombos devem ser dadas as condições necessárias, as colectividades que optem por fazer os encestamentos devem efectuar a entrega dos pombos nas instalações da federação.
Aí os pombos são conferidos, carimbados e transferidos para o transporte que os conduzirá ao local de solta, transporte esse, não necessariamente propriedade da federação, que poderá ser alugado a uma qualquer associação.
Assim as coisas funcionarão com verdade, transparência, rigor e acima de tudo teremos a tão ansiada verdade desportiva.
Só assim conseguiremos ganhar o reconhecimento e confiança dos investidores estrangeiros indispensáveis ao nosso desenvolvimento columbófilo e não só.
A implantação destes serviços não é impossível, as actuais instalações da federação devido ao seu posicionamento tem valor comercial mais que suficiente para que as novas instalações possam vir a ser uma realidade a curto prazo.
De momento é apenas um elefante ao serviço das conveniências pessoais do dirigismo que aí está comodamente instalado e uma desgraça para a columbofilia nacional.
Repito, com um orçamento de 500 a 600 mil euros por ano, será a coisa mais fácil do mundo de por em prática, e suportar ordenados justos a pagar a pessoas competentes para prestar estes serviços há muito devidos á columbofilia portuguesa.
Penso ter respondido às questões que me são colocadas pelos mais pessimistas que julgam não ser possível sair do buraco em que nos meteram.
O exemplo deve começar a ser implantado de cima para baixo, se a federação der o exemplo a restante estrutura seguirá o mesmo caminho.
Como disse no início, isto só será possível se de uma vez por todas dissermos não á dita carolice que nos tem custado milhões para nada.
Favor consultar as contas da federação ponto a ponto, e confirmarão que 70% dos dinheiros ao dispor da instituição, ano após ano, tem vindo a ser investidos propositadamente em coisas totalmente desnecessárias para o desenvolvimento da actividade columbófila.
Sem trabalho nada feito. A federação não esta a trabalhar em prol do progresso na columbofilia.
Inácio Oliveira
Noticias CIC, Lobão 29-05-2012
Próximo trabalho será referente ás associações.