Palestra

 

A troca de impressões que decorre actualmente no fórum aqui ao lado levou a que me lembrasse que há muito tempo não escrevo nada de jeito.
 
Era minha intenção intervir na discussão mas não seria justo sujeitar os intervenientes a esta longa e cansativa palestra.
 
Discordo que um esquema para ajudar na condução de uma colónia possa ser a perdição de alguém. Em tudo na vida se não seguirmos um esquema estamos condenados ao fracasso.
 
A columbofilia não foge á regra e quem não seguir um esquema, seja ele qual for, que esteja testado e com credibilidade nunca terá qualquer hipótese de obter sucesso.
 
Como diz também o Rui e bem, um esquema quando apresentado não pode de forma alguma mencionar apenas medicamentos, vitaminas e suplementos, julgo ser esta a mensagem que o Rui pretende fazer passar.
 
Para alem dos produtos o treino diário, a alimentação e a forma como a colónia é conduzida não é de menor importância, porém uma coisa sem a outra não tem qualquer utilidade para o columbófilo.
 
Perdoem a publicidade se assim for entendido, mas vou relembrar uma faceta que muito me orgulho de ter sido o primeiro e principal autor no nosso país. O primeiro esquema devidamente elaborado foi por mim publicado em Portugal.
 
Foi este o caminho por mim iniciado em 1989 o que então causou uma autentica revolução, e muito mau estar nas empresas do ramo que pretendiam vender de tudo o mais possível aos columbófilos então pouco informados e esclarecidos sobre a matéria, e daqueles que estavam habituados a ganhar sem oposição. Só um pequeno grupo era então apoiado e protegido pelas ditas casas comerciais. Nunca alguém até então tinha ousado publicar "segredos" de forma tão detalhada.
 
Tudo foi feito no sentido de descredibilizar a minha iniciativa.
 
Porem o "mal" estava feito e foram milhares os que deram ouvidos e abriram os olhos com o método que então aconselhei e publiquei.
 
Num curto espaço de tempo a caça virou - se contra o caçador, e nos anos seguintes pela primeira vez começamos a ver a juventude e os menos informados que até então estavam "proibidos" de ter sucesso, no topo das classificações.
 
Os mais velhos ainda recordarão alguns episódios, por exemplo o Paulo Sergio campeão na zona no seu primeiro ano a concursar, e campeão distrital em Coimbra no ano seguinte com pombos e métodos 100% do CIC. Um jovem com vinte e poucos anos que nunca dantes tinha pegado num Pombo ou tinha qualquer ajuda de vizinhos ou familiares columbófilos.
 
Daí em diante outros que me tinham criticado severamente entre os quais está o jornal do regime que hoje não faz outra coisa senão publicar esquemas do antonio, manuel, e josé souberam copiar a minha iniciativa e deram inicio á fartura que hoje temos ao dispor.
 
Os esquemas não só o meu (CIC) têm muita utilidade para todos os columbófilos, e noto que mesmo os mais bem informados estão atentos aos pequenos pormenores que possam eventualmente aparecer.
 
Porem será importante lembrar que seja qual for o método a seguir este deve ser seguido á regra, e nunca, nunca misturar alhos com bugalhos.
 
Outro ponto muito importante que os colegas devem ter em conta antes de optarem por este ou aquele esquema, será confirmar se nele consta de forma bem explicita a qualidade de ração a utilizar e o tempo de voo diário seja em volta do pombal ou na estrada.
 
Se os suplementos (combustível) utilizado não for devidamente gerido (queimado) o resultado será pombos com excesso ou falta de peso no dia do encestamento o que deita tudo por água abaixo.
 
Os produtos e alimentação adequada devem ser sempre servidos tendo em conta o dia e data do encestamento.
 
Exemplo: dia da chegada da prova e manhã do dia seguinte (no caso de provas com 400 ou mais km)  devemos alimentar bem com ração Sport e Soja Mineral Mais ou outro produto equivalente rico em gorduras e proteínas.
 
Nos dois dias seguintes, sem dar fome aos pombos usamos a cevada como regulador do apetite, assim os pombos comem menos e podem ser alimentados até que restem alguns grãos da cevada no comedouro sem correr o risco relacionado com o excesso de peso.
 
Um ponto muito importante que poucos seguem á regra é o tempo necessário para distribuir o alimento em cada refeição.  
 
De nada serve alimentar os pombos com ração que é composta por varias sementes de paladar diferente, colocando muita quantidade no comedouro de uma só vez. Os pombos mais experientes acabam por comer apenas aquilo que mais gostam deixando o resto para os outros menos experientes. Assim a colónia terá alguns pombos em forma dois dias antes da prova, o que nada ajuda, e os restantes em estado de fraqueza no dia do encestamento.
 
A ração deve ser servida com calma e devagar para que o grupo se alimente e coma um pouco de todas as sementes que compõem a mistura. Esta tarefa diária todos os dias do ano, durará aproximadamente 10 minutos por refeição, que será servida em pequenas quantidades de cada vez (cinco a dez vezes por refeição) em comedouros com espaço suficiente para que os pombos não andem uns por cima dos outros á procura do que mais gostam, ou ainda melhor alimentar no chão do pombal caso este seja mantido em boas condições de higiene.
 
Nunca fugir da regra fundamental que passa por: á chegada temos que recuperar a colónia o mais rapidamente possível, segue - se a fase de eliminação das toxinas acumuladas com o esforço muscular, seguindo - se a fase de preparação para a prova seguinte onde se deve utilizar o combustível necessário e suficiente para a prova que se segue sem exagerar.
 
Quanto ao esquema a adoptar não me compete a mim aconselhar ninguém. A decisão final caberá sempre ao senhor cliente.
 
Porem tendo em conta o numero de clientes e a qualidade dos columbófilos que utilizam o nosso esquema, este poderá não ser assim tão fraco.
 
Votos de uma excelente campanha para todos os poucos que ainda restam.
 
Inácio Oliveira
 
Noticias CIC, Lobão 02-02-2011