Estamos a viver mais um período negro na nossa história. Politicamente o povo está dividido como nunca, desportivamente no que toca ao ópio também conhecido por futebol, temos uma marafunda total, na columbofilia temos mais do mesmo, ou seja alguns milhares de praticantes a ser usados para garantir a subsistência de meia dúzia de seres desonestos, que, jogam com a anarquia que vigora noutros setores, para assim passar despercebidos e colocar em prática o próximo golpe.
Senhores columbófilos, pelo que passo a descrever vocês estão prestes a ser comidos novamente.
Eleições na Federação Portuguesa de Columbofilia:
Não devia estar a decorrer o debate sobre as mesmas? Não deviam estar a ser discutidas as alterações aos regulamentos especialmente ao que diz respeito á parte desportiva?
Não devia estar em discussão a implantação do método de eleição para toda a estrutura, de acordo com a vontade de 99% dos praticantes em Portugal, que exigem eleições democráticas através do sistema de um columbófilo um voto?
Não devia estar em discussão as quantias exorbitantes “gastas” ou “desviadas para parte incerta” pela federação, sem qualquer proveito para a estrutura columbófila e seus associados, escandalosa quantia que só nos mandatos do atual elenco já ronda os 20 milhões de euros?
Não deviam estar a ser discutidos e a procurar formas de eliminar os prejuízos astronómicos que os ditos campeonatos de Mira tem vindo a dar nos últimos anos, prejuízos esses totalmente suportados pelo columbófilo que participa ou não, concorda ou não, com essa fantochada que não passa de um incubador de doenças contagiosas e um autêntico matadouro de pombos inocentes?
Não deviam estar a discutir, a investigar o motivo, e a providenciar para que os pombais dos columbófilos no nosso país não continuem na ilegalidade?
Não devíamos estar a discutir a liberdade de ação das coletividades onde os seus associados pretendem pôr em prática e levar a cabo soltas em território nacional, de carater local, a forma mais aproximada da verdade e honestidade desportiva, que jamais será possível conseguir com as soltas monopolistas das associações com columbófilos a disputar campeonatos distritais de velocidade e meio – fundo entre praticantes dispersos, em muitos casos a 100 km de distância uns dos outros?
Não devíamos estar a discutir uma nova, moderna e atualizada forma de praticar a columbofilia onde os vários setores possam em harmonia progredir, criar riqueza e melhores condições para o pombo e praticante?
Não devíamos estar a pensar em formas de, já na próxima época, colocar em prática um campeonato nacional por zonas, diga – se no mínimo 20 a 30 zonas, onde semanalmente possam ter o mesmo número de vencedores do nacional zona, método que aliás está em prática em praticamente todos os países desenvolvidos geridos por gente sabia e honesta?
Não devíamos estar a analisar formas de diminuir substancialmente as percas de pombos, especialmente nos derbys, soltas de fundo e grande – fundo levadas a cabo em pleno verão com elevadas temperaturas?
Não devíamos estar a discutir uma forma de praticar o grande – fundo, talvez com soltas no mês de Maio para que não voltemos a viver a vergonha de ter que anular a prova de Barcelona e outras que deviam existir por causa de um qualquer derby, ou devido a condições climatéricas que todos nós sabemos prevalecem quase sempre na época do ano em que são organizadas essas soltas?
Mencionei os derbys, porque ao contrário do que nos foi contado a prova de Barcelona de 2013 foi cancelada devido às tarefas relacionadas com Mira, e não por causa das altas temperaturas que se fizeram sentir nesse fim de semana. Ou alguém se esqueceu que no ano anterior em 2012, apenas um pombo de nome “Niza”, conseguiu regressar a casa no dia da solta, quando durante o percurso de 800 km teve que enfrentar temperaturas superiores a quarenta graus durante horas a fio? Porque é que essa prova não foi então cancelada? Não estava na Federação o mesmo senhor Meteorologista?
A nível de associações:
Tristeza é a única palavra que encontro para descrever as ações dos dirigentes que aí permanecem agarrados ao poder, que só pode ter como objetivo acabar com o pouco que resta.
De todas apenas uma está a atuar dentro dos limites da decência, mesmo assim, com muita coisa ainda a corrigir, que é a associação algarvia.
Senhores dirigentes associativos a vossa sobrevivência não passa por obrigar as coletividades e os columbófilos a prestar vassalagem, mas sim pelo contrário, a libertarem estas para que vocês possam reorganizar os serviços a prestar.
Não adianta mais passar outra mensagem senão a verdadeira. Vocês são apenas e só empresas de transporte camufladas num sistema velho e caduco, mas que se está a reorganizar e que mais cedo ou mais tarde vos irá bater á porta a pedir contas pelo passado. Quando esse dia chegar vocês vão fugir como os ratos fogem do fogo, a columbofilia entrará em colapso e os mesmos de sempre serão chamados para recomeçar das cinzas.
Ou vocês mudam de vida ou o fim estará muito próximo. As camaras municipais irão cada vez mais ser vigiadas, e não esqueçam que até o Tereso já recebeu instruções do governo para colocar a columbofilia a fazer parte da economia nacional, senão???....!
Encher os transportes com tudo que tem penas é, eliminar a pouca verdade que ainda existe na columbofilia, é matar á nascença o principiante, é empurrar as pequenas medias colónias para a desistência.
O que é necessário trazer de volta é a verdade desportiva e essa nunca poderá ser conseguida através de limites nos pombos que os columbófilos possam ter nos seus pombais, mas sim no número que encestam em qualquer coletividade que terá obrigatoriamente que ser igual para todos.
Temos pombais no distrito do Porto que encestam 150 e mais pombos semanalmente muitos outros casos idênticos em Aveiro e noutros distritos. O mais horrível deste procedimento utilizado para encher as galeras que deviam ficar na garagem, é que esses profissionais passam a encestar 50% ou mais do total dos pombos na sua coletividade, que dizimada de concorrentes se mata a si própria porque esses columbófilos com 10 vezes mais pombos a puxar para o seu pombal arrasam tudo e todos.
A juventude não é estupida, olha para isto e vira costas á columbofilia. Ninguém tem o direito de mandar em casa dos outros, cada um deve poder ter a quantidade de pombos que entender, mas deve encestar pombos e competir com uma equipe por coletividade de acordo com o limite de pombos decidido pelos associados e não pela federação ou associação. Se quiser competir em 10 coletividades, tudo bem, até suporta financeiramente as outras nove, mas aí terá que lutar para ganhar em todas elas e não numa única o que é canja para esses senhores.
Com este tipo de procedimento as associações enterram – se cada vez mais. Estão a fugir do objetivo que se pretende, ou seja mais columbófilos, mais qualidade, menos pombos, com igualdade de oportunidades para todos.
Sem os ditos pequenos nunca haverá os grandes. Estes ou abrem mão do desprezível monopólio e benesses do sistema ou um dia destes não terão com quem competir.
Falei atrás na necessidade de se criar novas formas de competir como os campeonatos nacionais por zona. É aí que as associações se devem concentrar, nos nacionais e nos distritais, mas de uma forma séria. Deixar as provas de carater local para as coletividades cujos amadores não estejam preparados em termos de tempo disponível, financeiro ou tenham colónias suficientemente reforçadas para esse tipo de competição. Quase todas têm o seu transporte próprio, fazem treinos semanalmente para passear o cão pela trela? Porque não utilizar esses treinos que devem ser de qualquer distância para competir entre si? Investimentos tão elevados para que? Quando falo disto aos amigos estrangeiros, estes riem – se de nós. Somos um país de columbófilos milionários dizem eles.
Outro tipo de competição que cativa os praticantes, ajuda as pequenas colónias e os principiantes, é a classificação com um único pombo. Somos o único país no mundo que utiliza o método dos campeonatos disputados com os dois primeiros pombos.
Será que os outros são todos estúpidos e nós os únicos inteligentes?
Meus senhores o que os columbófilos querem é ganhar, quantos mais a ganhar maior será o prazer coletivo. Sem prazer nenhum ser humano reage positivamente. O homem (e as mulheres ainda mais) vive com três objetivos. Sexo, comer e dinheiro. Basta faltar um para que a balança fique desequilibrada.
O que dá prazer ao columbófilo:
-Ganhei esta semana pois tive a melhor media dos dois primeiros pombos.
- Ganhei esta semana o primeiro prémio no campeonato de um pombo.
- Ganhei o 1º nacional na zona com a melhor média dos dois pombos.
- Ganhei o 1º nacional zona, e tenho o pombo mais rápido a nível nacional.
- Ganhei o 1º nacional um pombo.
- Ganhei o 1º distrital zona, média dos dois pombos.
- Ganhei o 1º distrital, um pombo.
- Ganhei o 1º pombo mais rápido no distrito (não conta para a classificação).
- Ganhei o 1º no aglomerado de coletividades.
- Ganhei o 1º na minha coletividade.
- Ganhei o 1º no campeonato das fêmeas.
- Ganhei o 1º no campeonato dos machos.
- Ganhei o 1º no campeonato de pombos de ano.
- Ganhei o 1º nos pombos adultos.
- Ganhei o 1º com um pombo de ano que bateu os adultos.
- Ganhei o 1º nas apostas A.
- Ganhei o 1º nas apostas B.
Estes factos são o motivo da satisfação e progresso dos columbófilos nos países desenvolvidos.
E muito mais pode ser feito para que a columbofilia portuguesa deixe de ser o desperdício que sempre tem sido, em termos financeiros, desportivos mas acima de tudo em motivação para os praticantes. Ganhar é a única forma de motivar o columbófilo. Um perdedor dificilmente ficará muito tempo entre nós.
Por vezes leio a célebre frase do sistema que diz o seguinte: mudem o que mudar os ganhadores será sempre os mesmos. A coisa mais estupida que algum dia li. O sistema como está, preparado pelo Tereso e restante equipa apoiada por essa escumalha que se apelida de juízes classificadores para “segurar” os menos favorecidos e oferecer campeonatos a essa chulice, gente sem escrúpulos que apenas pretende viver e glorificar – se á custa dos menos favorecidos.
Querem uma prova do que estou a afirmar: voltem atrás e confirmem as classificações do ano em que devido á gripe aviária só se efetuaram soltas em território nacional e vejam quem foram os campeões.
As associações de Aveiro e Porto (nas outras foi igual) mais uma vez se assassinaram os pombos dos columbófilos nos dois distritos em 2013. Nada de novo sempre foi assim.
Porem o remédio encontrado para o problema é a maior estupidez que até hoje observei em columbofilia em todo o mundo.
Resolveu – se, e está decidido que em 2014 não haverá provas de fundo.
Ponto final parágrafo!
Os dirigentes, juízes classificadores, e outros meninos do sistema ficaram com os pombais vazios. Agora passam a saborear o veneno que sempre tem vindo a aplicar aos donos das pequenas colonias durante mais de uma década.
Porem, mais uma vez, está a perder uma excelente oportunidade para mudar para melhor a calamidade onde colocaram a columbofilia, desgraça essa que é exclusivamente da vossa responsabilidade.
Deus deu - nos a inteligência para praticar o bem, o diabo deu – nos a estupidez para fazer mal ao próximo. Estamos como sempre mais uma vez a optar pela segunda opção.
Senhores presidentes das Associações Columbófilas de Aveiro e Porto, oiçam de uma vez por todas.
A liberdade de escolha é um direito de todo o cidadão, exceto nos regimes fascistas ou comunistas onde as senhas de alimentação são distribuídas mensalmente a todo aquele que não faz parte da hierarquia de comando.
Os últimos é que estão acima de tudo e todos e fazem o que querem. Espero não ser esse o vosso caso.
Nós podemos estar a viver num país com um povo vítima da intoxicação de uma esquerda que nos colocou em muito maus lençóis, mas felizmente ainda vigora por aí alguma democracia e estamos muito longe de chegar a esse ponto. Todas as ideias incluindo as do fascismo ou comunismo que detesto, tem que ser respeitadas. A pessoa é sempre um ser, a organização, filiação política, religiosa, ou outra qualquer é que poderão valer pouco ou nada. Mas aceito que nem todos tiveram a oportunidade que eu tive, de viver e combater por dentro, esses dois calafrios.
Eu no vosso lugar tomava a seguinte medida: libertava já as coletividades que pretendem apresentar os seus calendários com soltas em território nacional, dava-lhes um tempo para decidirem o que pretendem fazer, e depois mediante a resposta obtida organizava os calendários da próxima época. O mesmo processo seria posto em prática nos próximos anos até que as coisas estabilizassem.
Colocava ao dispor das coletividades os transportes necessários para o calendário que apresentado, com uma pequena alteração aqui ou ali nas distâncias e realizava todas essas soltas (18 a 20) com um único dia de encestamento ou seja às sextas-feiras. No caso de as condições climatéricas não serem adequadas, a solta poderá realizar – se no domingo ou mesmo na segunda – feira se se justificar. A vida familiar do columbófilo saberá agradecer.
Ao mesmo tempo colocava ao dispor dos interessados uma galera nas instalações das respetivas associações, onde durante 10 a 12 semanas seguidas os amantes do fundo pudessem vir a encestar às quintas – feiras os seus pombos para as provas de fundo e grande - fundo.
Sabiam senhores presidentes, que apesar das baixas, ainda há muitas colonias nos distritos com quantidade de pombos suficiente para disputar esse calendário?
Ando a dizer isto há mais de 20 anos, os senhores não darão volta nenhuma á situação, mais cedo ou mais tarde serão obrigados a seguir este que é o único caminho ainda aberto para salvar o pouco que resta da nossa columbofilia.
Deixem de tentar tapar o sol com a peneira, já não funciona. Se tiverem que encostar metade da frota, qual é o problema? Todas as empresas têm vindo a fazer ajustes para enfrentar a nova realidade, por que não fazer o mesmo?
Esqueçam a parte financeira, os columbófilos não são ingénuos e sabem que há custos envolvidos, mas por favor parem com esse sistema de penalizar todos que obrigatoriamente tem que participar nos fundos, quando devia saber muito bem, que, 70% não tem condições financeiras para o suportar, nem colonias, nem tempo, nem preparação columbófila em alguns casos, para devidamente preparar os pombos para o fundo.
Os campeonatos gerais mataram a nossa columbofilia. Esse facto está provado a cem por cento.
Nós, os outros, que temos condições e gostamos das provas de fundo sabemos que teremos que suportar os respetivos custos.
Aos restantes, os senhores não tem o direito de continuar a matar os pombos, pombos esses, que nunca estiveram devidamente preparados ou selecionados para participar nessas provas.
Mencionei estas duas associações ainda as maiores do país e as que melhor conheço por dentro e por fora, no entanto a situação das outras é precisamente a mesma.
Vocês sabem que é verdade. Parem de uma vez por todas com estas atrocidades.
Inácio Oliveira,
CIC Noticias, Lobão 24 -09 – 2013